quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Som Sagrado Dos Tambores
Sthan Xanniã - 15/10/2007
Para muitas culturas, o som do tambor é a força divina que se manifesta através das vibrações rítmicas.

Uma das técnicas ligadas ao uso das leis naturais, o som dos tambores tem suas raízes na sabedoria cujas origens se perdem no tempo. O homem nativo antigo desconhecia métodos organizados de "terapia dos sons". Mas, na verdade, nem precisava deles, pois conhecia e vivenciava espontaneamente a influência dos sons sobre seu ritmo de vida.

O estrondo sonoro provocado pelos trovões, a tranqüilidade gerada pelo ruído de uma chuva fina, o enlevo produzido pelo canto de um pássaro, o êxtase a que se é conduzido pelo som de um tambor e flauta: todos esses sentimentos são fruto de efeitos inexplicáveis, mas que sempre atraíram e exerceram forte influência sobre o ser humano.

São muitas as referências e numerosos os escritos relacionados à aplicação do som na medicina. Na região próxima a Kahum, no Egito, foi descoberto em 1889 um papiro de aproximadamente 4500 anos que revelava a aplicação de um sistema de sons e de músicas, instrumentais ou vocais, para o tratamento de problemas emocionais e espirituais. Esse sistema incluía até mesmo indicações para algumas doenças físicas. A mitologia grega também é rica em informações sobre técnicas terapêuticas de caráter musical. Asclépio, ou Esculápio para os romanos, filho de Apolo e deus da medicina - do qual, acreditavam os gregos, descendia o próprio Hipócrates - tratava seus doentes fazendo- os ouvir sons considerados mágicos.

Homero, por sua vez, famoso historiador que precedeu Platão, afirmava que a música foi uma dádiva divina para o homem: com ela, poderia alegrar a alma e assim apaziguar as perturbações de sua mente e de seu corpo. As ondas do som do tambor são capitadas pelo pavilhão auricular e chegam ao conduto auditivo e ao tímpano, cujas vibrações atingem o ouvido médio, onde são convertidas em impulsos nervosos.

Esses impulsos viajam até o cérebro pelo nervo ótico e ali são interpretados por células nervosas altamente diferenciadas, que "entendem" tais estímulos como som. O deslocamento das vibrações sonoras no líquido cerebrospinal e nas cavidades de ressonância no cérebro e termina um tipo de massagem sônica que, segundo a qualidade harmônica do som, produz efeitos positivos ou negativos, benefícios ou não ao sistema psicobioenergético. As fibras nervosas convertem o som captado em estímulo nervoso propriamente dito.

Diante disso, é fácil imaginar os danos provocados pela vida numa cidade grande ou em locais com freqüentes ruídos fortes, constantes e desagradáveis. A musicoterapia se torna cada vez mais necessária, já que uma das técnicas capazes de restabelecer a paz e a harmonia interior do ser humano, hoje tão prejudicado pelo barulho, pelos sons agressivos, pela música dissonante ouvida em volume excessivamente alto.

Estudos realizados na Academia Francesa de Medicina apontam o ruído forte como responsável por grande parte das depressões nervosas e de muitas enfermidades orgânicas. Segundo essas pesquisas, em 1982, o ruídos das fábricas foi responsável por 11% dos acidentes de trabalho; o excesso de barulho foi a causa de um terço dos casos de depressão nervosa entre trabalhadores franceses e uma em cinco internações psiquiátricas deveu-se a esse mesmo motivo.
Da primeira infância à terceira idade, o poder do som pode significar, para as pessoas que buscam, um fator de crescimento e uma contribuição para a melhoria da qualidade de vida. As vivências musicais proporcionadas pelo som do tambor nativo estimulam a criatividade e a autoconfiança, ajudando a mobilizar o potencial de saúde do cliente. Tocando, cantando, improvisando, acompanhando e ouvindo música a pessoa partilha a sua experiência em sessões individuais ou de grupo.

O som mágico dos tambores atua, assim, no desenvolvimento do potencial criativo e na prevenção e tratamento de pessoas com diferentes necessidades. Há muitos milênios o tambor tem sido o instrumento de muitos povos, pois representa o som da vida, o som que ouvíamos no ventre de nossa mãe, tum! tum! tum! este era o som de dois corações batentes em perfeita harmonia.

Fonte do autor: http://www.filhosdaterra.etc.br/)

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