FILOSOFIA DOS TAMBORES XAMÂNICOS
Marcus Fraga - 01/01/2010
"Meu Tambor não é feito de um pedaço de madeira, um pedaço de couro e trabalho manual. É feito de uma parte de uma àrvore, uma parte de um cavalo e trabalho espiritual e, tendo a árvore, o cavalo e o artesão um espírito, meu tambor também tem vida". -- Marcus Fraga
Importância:
Espiritualidade:
Respeito:
Construindo tambores:
Canções e Danças:
Preparado por Marcus Fraga
(com informações de Marcus Fraga, Tatiana Menkaiká, Judith Desjarlais, David Ratray e em todas aquelas pessoas que vêm em nossas rodas e que partilham, curam, são curados e cultivam um elo com esta medicina)
Material originalmente publicado em português em www.terramistica.com.br e www.xamanismo.org.
ATENÇÃO!!! Cópias são permitidas desde que mantida a integridade do material e mantendo todas as informações contidas neste documento sobre o autor, colaboradores e a fonte original.
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Marcus Fraga é artesão de tambores xamânicos, terapeuta xamã e condutor de cerimônias de Inipi (Tenda do Suor), Roda de Cura e Chanupa (Cachimbo Sagrado). Reconhecido por seu trabalho já tendo construido tambores para alguns dos maiores nomes do xamanismo no Brasil e no mundo. Ministra oficinas, cursos e seminários sobre tambores e xamanismo e pode ser contactado em http://www.xamanismo.org/.
Importância:
- As batidas do tambor são as batidas do coração da Mãe Terra.
- Se crê que nós somos os tambores, o tambor é nossa cultura, ele unifica e reflete quem somos.
- Tambores aproximam as comunidades.
- Tambores são utilizados em diferentes ocasiões: casamentos, funerais etc. e em praticamente todas as reuniões dos povos nativos.
- Tambores são redondos para representar o ciclo da vida.
- Os tambores grandes, como os de pow wow, representam a Terra, e as pessoas que os tocam seus guardiães.
- É sabio consultar um ancião ou xamã sobre uma questão sobre tambores antes de tirar as próprias conclusões.
- Compartilhar conhecimento sobre tambores é crucial.
- Os tambores ensinam muita coisa.
- Os tambores existem em todas as partes do mundo, todas as culturas construiram seus tambores e praticamente todas os utilizam de alguma forma mística, ritual ou espiritual.
Espiritualidade:
- Tambores podem ser usados para conexão com os mundos espirituais.
- Tocar tambor é uma experiência espiritual.
- Algumas tradições usam tambores com pele de um lado só para atrair os espíritos e tambores de duas peles para ir até os espíritos.
- Tambores podem curar. Alguns curandeiros tocam tambor perto do corpo de uma pessoa para auxiliar na cura.
- Quando uma pessoa está com dor, seja emocional ou física, tocar tambor ajuda a pessoa a se centrar.
- O componente espiritual de um tambor é bem forte, e com freqüência é especial e específico a um indivíduo.
Respeito:
- O tambor tem poderes muito além de simplesmente fazer música, e entender alguns desses poderes é entender um pouco de como é ser um nativo.
- Ninguém deve "bater" em um tambor e sim fazer o tambor falar com poder e convicção. Em inglês "beater" que seria "baqueta" é substituido por "drum stick", varinha do tambor.
- Ter um tambor é uma honra extrema e ele deve ser sempre tratado com o máximo de respeito.
- Preste atenção e verá, você vai tratar você mesmo, os outros e tudo o mais no mundo da mesma forma que trata seu tambor.
- Lembre-se o tambor representa o que você é e o que poderá se tornar.
Construindo tambores:
- Ao fazer um tambor é importante consultar um xamã ou ancião. Diferentes áreas têm diferentes maneiras de criar um tambor.
- Você não pode vender ou trocar o primeiro tambor que fizer. Você pode doar porém sem esperar nada em troca.
- Quando for fazer um tambor você não pode trabalhar com sentimentos negativos (como a raiva por exemplo). Primeiro lide com o sentimento e depois volte ao trabalho.
- Crie tambores com honra, integridade, paz e difgnidade, assim o tambor vai guradar tudo o que faz as pessoas especiais, então, quando o tambor falar, vai trazer a tona todos esses valores.
- Tambores de lugares diferentes tem vozes diferentes, alguns a voz é mais aguda, outras é mais grave.
- Alguns tambores são usados somente para ocasiões especificas, por exemplo, tambores grandes de pow wow são usados somente em encontros, tambores de água em cerimonias de peyote etc...
- Algumas tradições fazem um ritual para poder construir um tambor e trazê-lo à vida. Alguns rituais podem incluir tendas do suor, orações, jejum, bençãos nos materiais, jornadas, etc... verifique com um xamã o que é mais apropriado.
- Quando um ancião ou mestre está presente em um workshop de confecção de tambores, é honorável presenteá-lo com um tambor, é um sinal de respeito para com ele e para com o que ele ensinou e o tem a ensinar.
- Fazer tambor é um momento de conexão.
- Amarrar o tambor é trazer a energia do Pai Céu e Mãe Terra para nossa vida.
- O tambor não é feito de um pedaço de madeira ou um pedaço de couro, é feito de uma parte de uma árvore e uma parte de um animal, e tudo tem espírito e é vivo, assim o tambor também é vivo.
- Um poder específico de um tambor pode ser usado de maneiras diferentes. Um tambor para cura ao ser tocado para uma jornada faz com que as pessoas se curem enquanto meditam, um tambor de jornada tocado para cura faz com que a pessoa que se cura descubra mais sobre si mesma, etc...
Canções e Danças:
- Quando um tambor fala, todos devem honrar este momento.
- Quando estiver aprendendo a cantar ou dançar, é importatne se informar quem pode aprender um tipo de canção e dança. Existem canções e danças próprias para cerimônias e rituais, existem canções e danças somente para homens, somente para mulheres, somente para anciões, etc....
- Nunca se deve usar o tambor de outra pessoa sem pedir permissão.
- Quando um tambor não está em uso os nativos guardam ele. Não é usual pendurar o tambor na parede onde a energia pode se esvair. É considerado exibicionismo pendurar um tambor na parede. Isso não se aplica a não-nativos.
- Algumas canções e danças são de um povo específico e ninguém que não tenha a permissão pode usar.
- Algumas canções são executadas para um trabalho específico e nunca cantadas em outras ocasiões. Uma canção de cura é cantada em cerimônia de cura e em nenhuma outra ocasião; uma canção para encher o cachimbo, é cantada para encher o cachimbo, cantar em outra ocasião é incorreto.
- Algumas canções e danças com o passar do tempo se tornaram canções e danças populares. Algumas ganharam o mundo e são comuns em trabalhos com danças circulares sagradas e círculos de tambores. Um exemplo de música tradicional nativa norte-americana que se tornou popular é "Chanun" que se pode encontrar em CD. Em dúvida cheque com o ancião, xamã ou líder de cerimônia se a canção pode ser cantada fora daquela ocasião.
- Quando uma pessoa faz a passagem, em algumas comunidades não é permitido que as canções daquela pessoa sejam cantadas por um ano, a não ser que uma pessoa tenha sido designada para ser guardiã daquele conhecimento.
- Quando uma pessoa faz a passagem, em algumas comunidades nativas não é permitido tocar tambor enquanto o corpo não for enterrado, é considerado desrespeito para a família e para o clã cantar ou dançar. Novamente é melhor checar antes a tradição local.
- Existe muito mais a se aprender com os tambores...
Preparado por Marcus Fraga
(com informações de Marcus Fraga, Tatiana Menkaiká, Judith Desjarlais, David Ratray e em todas aquelas pessoas que vêm em nossas rodas e que partilham, curam, são curados e cultivam um elo com esta medicina)
Material originalmente publicado em português em www.terramistica.com.br e www.xamanismo.org.
ATENÇÃO!!! Cópias são permitidas desde que mantida a integridade do material e mantendo todas as informações contidas neste documento sobre o autor, colaboradores e a fonte original.
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Marcus Fraga é artesão de tambores xamânicos, terapeuta xamã e condutor de cerimônias de Inipi (Tenda do Suor), Roda de Cura e Chanupa (Cachimbo Sagrado). Reconhecido por seu trabalho já tendo construido tambores para alguns dos maiores nomes do xamanismo no Brasil e no mundo. Ministra oficinas, cursos e seminários sobre tambores e xamanismo e pode ser contactado em http://www.xamanismo.org/.
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