Emoções associadas ao 5 Movimentos (elementos)
Dra. Liping Yang
www.taosinstitute.net
De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), o corpo humano é
uma parte natural do universo e partilha as características da natureza.
Os quatro maiores pares de meridianos (canais de energia) partilham a
natureza e energia dos cinco elementos. O meridiano do fígado partilha a
natureza da madeira e do vento; o meridiano do coração a natureza do
calor e do fogo; o meridiano do baço tem
afinidade com a terra e a humidade; o meridiano do pulmão com o metal e
a secura; e o meridiano do rim com a água e o frio.
Os ciclos e
ko e shen explicam a relação de um elemento com outro. O ciclo shen
descreve a relação de geração dos 5 elementos: a madeira pode gerar
fogo, o fogo pode contribuir para a terra, a terra pode nutrir o metal, o
metal pode ser derretido, a água pode ajudar a madeira a crescer.
As emoções associadas a estes elementos têm a mesma relação de geração
(shen): o sentimento de realização (fígado) pode gerar alegria (fogo); a
alegria (coração) promove a autoconfiança (terra); por sua vez, a
autoconfiança promove a capacidade empreendedora (metal), que promove a
motivação (água); e a motivação pode novamente dar origem a uma sensação
de realização.
O ciclo ko descreve a relação de controle ou
inibição entre os 5 elementos: água extingue o fogo; o fogo derrete o
metal; o metal corta a madeira; a madeira perfura a terra; a terra
bloqueia a água.
Do mesmo modo, existe a mesma relação de
controle no que diz respeito ao aspecto emocional destes meridianos: o
medo (rins, água) pode restringir o entusiasmo (coração, fogo);
entusiasmo pode controlar a tristeza (pulmão, metal); a tristeza pode
reprimir a raiva (fígado, madeira); a raiva pode sobrepor-se à
preocupação (baço, terra); e a preocupação pode sobrepor-se ao medo.
Por exemplo, um paciente que chora pode estar encobrindo um sentimento
de raiva subjacente; raiva pode se manifestar como preocupação. O medo
pode ser usado para controlar o entusiasmo (excessivo) e a busca por
atividades excitantes podem se usadas para evitar a angústia.
O
objetivo homeostático do sistema vivo é manter os 5 elementos em
equilíbrio. Quando um elemento é excessivo ou deficiente, isso afeta a
relação desse elemento com outros elementos.
A energia da
madeira, quando em excesso, pode se tornar rebelde ao controle da
energia do metal e sobrepujar-se a energia da terra. Quando a energia do
fígado está estagnada por raiva excessiva e ressentimento, isso pode
causar sintomas no meridiano do pulmão, tal como tosse, sibilo e
angústia, que afetam o meridiano do baço, causando sintomas como
indigestão, fadiga e preocupação.
Quando um elemento é
deficiente, ele pode falhar em sua função de geração e inibição. Por
exemplo, se o qi do rim estiver em deficiência, devido a suas relações
inerentes ao ciclo shen e ko isso pode causar deficiência no meridiano
do fígado o que pode provocar perturbações de sono, vertigens e
depressão e um excesso no meridiano do coração pode causar palpitações,
ansiedade e insônia.
Portanto, os sinais clínicos de um
meridiano ou elemento em particular podem ser uma manifestação primária
desse elemento ou meridiano correspondente ou uma manifestação
secundária relacionada com outro meridiano, que ocorre em virtude das
relações entre eles. Um praticante experiente de MTC tem meios de
averiguar estas questões e determinar se a disfunção é primária ou
secundária.
De acordo com a teoria da MTC, os meridianos
possuem pontos na superfície do corpo que estão em comunicação constante
com o ambiente exterior. Estes pontos na superfície, chamados de pontos
de acupuntura podem ser usados para manipular a condição do qi
(energia) via os meridianos que alcançam o interior do corpo.
Na prática clássica da MTC, o praticante tem de avaliar o qi do paciente
e os meridianos envolvidos para decidir uma estratégia de tratamento.
Ele ou ela combinará pontos e técnicas manipulativas para restaurar o
equilíbrio. Praticantes bem treinados farão o inquérito sistemático de
sintomas e examinarão os sinais, incluindo o diagnóstico da língua e do
pulso, para elaborar a avaliação.
Em tempos modernos, a
acupuntura não é sempre praticada de acordo com o enquadramento teórico
da MTC clássica. Alguns utilizam as agulhas com estimulação elétrica
para aumentar sua eficácia. Outros desenvolveram protocolos de
tratamentos fixos para cada condição que o paciente apresente sem
realizarem o diagnóstico do qi e dos meridianos envolvidos.
As
inconsistências na abordagem e utilização da acupuntura podem justificar
parcialmente as diferenças entre estudos. Quando aplicada de acordo com
os princípios da MTC, a acupuntura apoia-se na avaliação energética que
depende da experiência clínica do acupuntor e de sua formação prática e
teórica nos fundamentos da MTC.
A diferenciação
individualizada dos padrões de energia e a customização da manipulação
das agulhas tornam mais difíceis replicar estudos e a padronizar
protocolos experimentais.
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