quinta-feira, 13 de junho de 2013


Você se autossabota?



Entenda como simples atitudes podem atrapalhar sua vida

autossabotagem
Tem épocas em que queremos mudar o rumo das coisas. Fazemos planos, decidimos recomeçar.

Porém, nem sempre as coisas saem como desejamos e, muitas vezes, a responsabilidade é exclusivamente nossa. Para situações como estas, damos o nome de autossabotagem.
A psicanalista Dra. Léa Michaan, pós-graduada em Psicoterapia Psicanalítica pela USP, mestre em Psicologia Clinica pela PUC e autora do livro "Maly - Superação em forma de ficção" (Primavera Editorial), acredita que cada um de nós encontra uma forma particular de superar as dificuldades e os traumas da vida.
"Por exemplo, se somos compradores ou comedores compulsivos, pode ser a maneira que encontramos para suprir a carência que se formou dentro de nós. Por isso sentimos necessidade de agregar objetos ou comida. É uma forma de ‘tapar o buraco’. Muitas vezes estes hábitos acabam por se tornar vícios, o que é prejudicial", explica a psicoterapeuta.
Estes podem ser hábitos enraizados no nosso comportamento e, muitas vezes, não nos damos conta do quanto prejudiciais eles são. Eles podem nos impedir de crescer profissionalmente, financeiramente e até emocionalmente. Dra. Léa conta que temos dificuldades em deixar a maneira viciante e improdutiva de ser porque, de alguma maneira, isto que nos faz mal é o que temos para nos agarrar. É nossa tábua de salvação e temos muito medo de deixá-la.
Dra. Léa diz que nos autossabotamos por vários motivos. "Um deles é porque queremos ser vítimas na vida, ou seja, criamos uma teoria sobre nós mesmos de que somos vítimas e, inconscientemente, trabalhamos para que a nossa teoria sobre nós mesmos tenha êxito". E completa: "Se deixarmos de ser vítimas, inconscientemente corremos o risco de não sermos nada ou vilões."
A psicoterapeuta afirma que é muito difícil notar estas atitudes negativas. Isto porque não nos responsabilizamos pelas nossas ações, queremos sempre encontrar outros culpados. "Nem que seja o destino", afirma Léa. A psicanalista ressalta que, quando começamos a nos responsabilizar pela nossa vida, ela tende a melhorar. "Mas a primeira dificuldade é percebermos e a segunda é mudar", aponta.
Embora seja possível enxergar a autossabotagem, é impossível não cometê-la. "O ser humano é falível, ninguém tem bola de cristal para ver o futuro", destaca Léa. "O que pode ser feito para minimizar os deslizes é entender que é errando que se aprende e aprender com a experiência", complementa. 

Por Bianca de Souza (MBPress)
maisequilibrio.terra.com.br

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