domingo, 16 de junho de 2013

NOS ILUDIMOS POR QUE QUEREMOS OU POR QUE PRECISAMOS?

Nossas experiências são únicas, são o que temos, o que levamos conosco, como também são únicas nossas reações. Constantemente criamos fantasias em nossa mente, bloqueamos nossa consciência e recusamos a aceitar a verdade, nossas próprias verdades. Não queremos enxergar o que está na nossa frente.
Para não enxergar determinadas verdades usamos os mais variados mecanismos de defesa, seja de forma consciente, seja de forma inconsciente. Isso tudo para evitar ou reduzir os eventos, os fatos, os acontecimentos da nossa vida que nos são inadmissíveis por questões nossas, pelo contexto que vivemos ou mesmo por medo.
A sensação de que podemos controlar a nossa vida, a vida dos outros e o mundo a nossa volta é uma das mais frequentes ilusões. Nem sempre é fácil diferenciar a ilusão de controlar e a realidade de amar e de compreender.
A consciência humana está quase sempre envolvida por ilusões que impossibilitam, por um lado, a capacidade de autopercepção; por outro, dificultam o contato com a realidade das coisas e pessoas. Uma amiga uma vez me disse que “tem pessoas que precisam de menos para controlar mais”. Essa frase ficou martelando na minha cabeça. De fato, quanto menor a intensidade do que sentimos, quanto menos sentimos, mais fácil o controle da situação e mais sob controle estamos no sentido das nossas expectativas. Temos a falsa ilusão que podemos controlar ou que o mundo externo está sob o nosso controle, mesmo nesse caso.
É claro que quanto menos sentimos mais estamos conscientes do que acontece, tanto conosco como com o outro. Estamos mais atentos e conectados com o mundo ao nosso redor. No entanto, quanto menos se sente menos se espera menos se quer e, em contrapartida, menos se vive no sentido de experimentar sensações, de se surpreender e de se permitir a entrega.
Existem pessoas que escolhem viver com menos e se sentem bem, tranquilas, seguras e prezam a zona de conforto. Não existe certo e errado nas escolhas. O importante é estarmos felizes e satisfeitos com elas e que não culpemos ninguém pelos nossos desacertos, pelas nossas ilusões, pelos caminhos que escolhemos seguir, pois são nossos. E os únicos responsáveis pela vida que temos e pelas experiências que vivemos somos nós mesmos, sejam elas mornas, quentes ou frias, conscientes ou não, reais ou ilusórias.

Por: Ana Paula Matos/ Psicanalista e Terapeuta Holística
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