quarta-feira, 18 de abril de 2012

TORNE-SE ÍDOLO DE SI MESMO 

 

por Vera Ghimel - veraghimel@oi.com.br

O poeta persa Rumi dizia: “Por Deus, quando você enxerga sua própria beleza, torna-se o ídolo de si mesmo”.

Jung atribuiu o nome sombra aos aspectos de nossa personalidade rejeitados por nós mesmos, por medo, vergonha, ignorância ou desamor. “A sombra é aquela pessoa que você não gostaria de ser”. O poeta e escritor Robert Bly descreve a sombra como uma mochila invisível que cada um de nós carrega às costas. À medida que crescemos, vamos guardando na mochila todas as nossas características que não são aceitas pela família e pelos amigos. Bly acredita que passamos as primeiras décadas de vida enchendo a mochila e que gastamos o resto da vida tentando recuperar o que pusemos na mochila para aliviar o fardo. Mas todos os nossos chamados erros ou aquilo que a sociedade rejeita sobre nós, são os nossos maiores trunfos. É fácil entender. Se o Universo está contido em nós e nós estamos contidos no Universo, podemos ser a expressão de qualquer coisa. De avatar a assassino. Se nós não permitimos sentir algo que está aflorando em nós, estamos rejeitando parte de nós mesmos. Não que seja extremamente necessário executarmos as manifestações de nosso ser em todos os sentidos, como, por exemplo, matar ou violentar como forma de se aceitar.

Mas o problema surge quando uma emoção aparece e se não a qualificarmos, imediatamente, como um bom sentimento, logo a sufocamos pelo medo de não sermos aprovados, ou mesmo causarmos decepção em quem amamos. Muitas pessoas acabam rompendo laços e indo morar em iugares distantes somente para sentirem a liberdade de serem elas mesmas. Conheço mulheres que ficaram com um enorme sentimento de culpa quando descobriram que poderiam odiar seus filhos e também seus pais. Normal, podem acreditar.
O aprendizado na Terra também passa por esses sentimentos que são a manifestação oculta do amor. Somos duais, por enquanto. Ser por inteiro é também viver esses sentimentos. Quanto mais admitirmos poder ser qualquer coisa, de bandido a santo, ficamos menos preocupados em corresponder às imagens esperadas pelos nossos chefes, cônjuges, amigos, etc. Somos também mauzinhos, com muito amor, é claro.

Um bom exercício para que possamos acolher nossos mais escondidos porões fétidos de nosso ser é responder às seguintes perguntas:.”Do que é que eu tenho mais medo? Quais os aspectos da minha vida que precisam ser mudados? O que pretendo conseguir com isso? O que mais temo que alguém descubra sobre mim?. O que mais me atemoriza descobrir sobre mim mesmo? Qual foi a maior mentira que já contei a mim mesmo? Qual foi a maior mentira que eu já disse a outra pessoa? O que pode me impedir de fazer o trabalho necessário para transformar minha vida?“ Estas frases são orientações da terapeuta Debbie Ford, em seu livro “O lado sombrio dos buscadores da luz”.

Uma vez respondida as perguntas, com total sinceridade, convide todas as respostas dadas a se integrarem na luz para se transformarem numa expressão melhor. Qualquer sentimento ruim pode se tornar a seu favor com alguns ajustes. Rejeitar é a pior coisa a fazer. Você se torna uma sucessão de fragmentos de personalidade sem consistêntencia e sem força.

Mas seguindo o pensamento da mudança de percepção, quando se deparar com algum sentimento desconfortável, oriundo muitas vezes de algo que lhe chama a atenção, antes de julgar e se desequilibrar ou desconectar-se e agredir o outro, respire fundo e perceba o que realmente está sendo dito a você.

Por que ficamos tão angustiados quando nos percebemos maus ou inadequados? Quantos de nós não teve vontade de se vingar ou de cometer um ato considerado indigno ou inesperado? Não se desespere ou se culpe, pois todos nós já fizemos isso. Desde os mais centrados aos mais impulsivos, sempre haverá um momento em que percorreremos aquele lugar dentro de nós do qual nos envergonharíamos de revelar. Não se rejeite, acolha-se e tenha compaixão por si mesmo. Reconheça todas as partes de você como necessárias ao seu desenvolvimento. Quanto mais negamos, mais o que nos desconforta se torna insuportável de admitir e contra nós.

Estamos tentando unir as 2 pontas para manifestar a Unidade. Enquanto a dualidade permanecer no planeta, só nos resta amar todos os cantinhos do nosso Ser para mais adiante, nos sentirmos por inteiro.

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