segunda-feira, 23 de abril de 2012

CIÚME - O SENTIMENTO QUE NOS DEIXA INFERIOR


CIÚME - O SENTIMENTO QUE NOS DEIXA INFERIOR
Sabemos que o ciúme está relacionado com a falta de confiança no outro. Às vezes a pessoa tem tanta desconfiança que este tipo de paranóia a convence, sem motivo evidente, que o parceiro é infiel e passa a procurar “evidências” da traição. Quando é exagerado, pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão. Nas formas mais exacerbadas, o ciumento passa a exigir do outro coisas que limitam a liberdade deste.
Analisando mais intimamente a causa deste sentimento, podemos considerar que em primeiro lugar, a falta de confiança no outro, só denota a falta de confiança em si mesmo, depois falta de auto-estima e de valorização da auto-imagem. Sendo assim, o sentimento de inferioridade começa a brotar, pois são pessoas que normalmente se sentem incapazes, não merecedoras e se menosprezam. Na infância, podem ter sido crianças que os pais não valorizavam, não confiavam e nem mesmo demonstravam afeto.
Devemos nos lembrar que o comportamento dos pais não é o motivo para sermos assim. Ele apenas é mais uma ferramenta que demonstra como agimos conosco. Todas as pessoas que conheço ou conheci precisam curar algum sentimento inferior, (como mágoa, rejeição, medo, angústia, depressão, possessão, ciúme, culpa, arrependimento...), portanto para que esta inferioridade aflore é necessário que desde criança nós tenhamos contato com o mesmo. Neste caso, a origem do ciúme está relacionada ao sentimento de inferioridade e de menos valia. Por isso as situações já começam a aparecer desde a infância.
Quando nos relacionamos com alguém, e este alguém é um grande exemplo de auto-estima, valorização, força de vontade e de conquistas, seja no âmbito que for nós sofremos por achar que nós não merecemos um parceiro determinado. Por causa disto, acabamos perdendo a confiança que, na verdade, não é nele ou nela, mas em nós mesmos. Como não conseguimos alcançar nossos sonhos ou muitas vezes nem o temos, achamos que poderemos perder a pessoa que está compartilhando a vida conosco a qualquer momento.
Exemplo disto são mulheres muito bem casadas e que até hoje os maridos não deram o mínimo motivo para ter amante, só que elas acreditam piamente que eles têm, pelo simples motivo de seus maridos serem pessoas determinadas, fortes, com auto-estima e não se sentirem carentes. O fato de agirem desta forma faz com que se sintam inferior, sem importância, sozinhas e sem valor.
Resumindo: a pessoa que sente ciúme, inconscientemente está mais preocupada com a auto-estima e a determinação do parceiro, do que com outra mulher ou outro homem, ou com a traição propriamente dita. Pois o que ela quer, é se sentir importante, e quando isso não acontece, consequentemente pensará que sempre existe alguém melhor que ela.
A cura deste sentimento se dá quando começamos a pensar em nós e deixamos de pensar somente no outro. Precisamos também nutrir nossos corações com amor próprio para acabar com as carências. Perdemos muito tempo com essa paranóia, porque deixamos de acreditar nas possibilidades e nas oportunidades de mudar e melhorar nossas vidas e porque nosso foco está em saber se o parceiro está nos traindo.
Outra coisa que nos “destrói” é o fato de demonstrar essa fragilidade para o parceiro. Com certeza agir assim não vai auxiliar em nada. É bem provável que se sentir frágil, piore ainda mais o relacionamento, pois ninguém agüenta se sentir sufocado, pressionado e julgado o tempo todo. As cobranças acabam com qualquer possibilidade de ter um relacionamento afetivo durável e harmonioso.
Precisamos sair da obsessão de pensar no que o outro faz, e mudar para o que quero para mim, qual meu dom e quais são minhas metas. Ao pensar nos nossos objetivos, buscando nos fortalecer nas nossas vontades os pensamentos obsessivos, aos poucos, vão cessando. Claro que eles não vão acabar da noite para o dia ou num piscar de olhos, mas é preciso mudar o hábito de pensar pessimistamente e ter disciplina com esses objetivos. Buscar ajuda terapêutica de algum profissional para ter idéias de como construir suas metas também é interessante.
Enfim, o fato é que para conseguir ter um relacionamento saudável e parar de vez com o sentimento e pensamento possessivo_ procurando evidências de traição e morrendo de medo da perda_ é necessário recuperar o amor-próprio e curar o sentimento de inferioridade. Em alguma coisa nós somos muito bons, por isso precisamos encontrar aquilo que realmente nos contenta e agir condizentemente. Com isso, poderemos valorizar quem nós somos e nos sentiremos merecedores daquilo que queremos para nós, principalmente um parceiro fiel.
Por Cátia Bazzan
Fale com Cátia: catia@luzdaserra.com.br
 

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