quarta-feira, 20 de abril de 2011


Qual é o seu bicho interior?



por Ramy Shanaytá - ramyshanayta@kvt.org.br

Descobrir qual é o bicho interior é uma prática comum no Xamanismo, nascida da sabedoria mais antiga dos anciões de etnias indígenas, principalmente dos povos da América do Norte, como o povo Lakota.
Os povos da América Central e da América do Sul também praticavam este diagnóstico ou técnica de revelar qual é o animal aliado que uma pessoa se identifica, mediante suas características individuais como força espiritual, vontade, visão, personalidade, interiorização, etc.
É conhecido popularmente como animais de poder, ou seja, uma força aliada, aquela que revela sua índole como ser racional e emocional, além de trazer a consciência e a força sutil de proteção.
É natural em uma prática Xamânica as expressões – Você é protegido pelo urso! – ou – Seu animal de poder é a Águia!
A partir de uma aprofundada observação psicológica, nascida das pesquisas de Carl Gustav Jung, nasceu o conceito dos arquétipos que, em síntese, refere-se aos símbolos presentes em nosso inconsciente coletivo que corresponde à herança mental que todo ser humano recebe ao formar-se no ventre. Assim, o conceito de animal de poder foi entendido pela sociedade moderna como arquétipos dos animais, presentes nas atitudes humanas.
Os benefícios desta prática são amplamente positivos no que diz respeito ao auto-reconhecimento dos potenciais inatos no ser que muitas vezes, por falta de um trabalho interior mais centrado, esquece-se de observar as regiões mais profundas e intimas do nosso eu.
Mas, afinal, qual é o seu bicho interior?

Onça = revela a aguçada observação de tudo, o foco e a agilidade na ação.
Beija-flor = procura sempre o interior para nutrir-se e sustentar a sua vida.
Tartaruga = é interiorizada e serena nas atitudes a serem realizadas.
Tatu = sustenta a origem vivendo dentro do útero da Mãe Terra e constrói seus caminhos.
Arara = sabe a hora de romper com sua roupas velhas, pois tira as próprias penas para dar lugar a novas.
Macaco = reconhece que todas as partes de seu ser, quando em alinhamento, são importantes para o equilíbrio na vida.
Borboleta = reconhece que cada estado ou ciclo de vida é importante para alcançar o vôo de ir mais além.
Bicho preguiça = realiza seus movimentos sempre sustentando seu equilíbrio.
Cobra = a velocidade de seu movimento só ocorre com a presença de todo o seu ser.
Harpia = para voar alto é necessário transcender o medo do desconhecido através da ação em fazer o que necessita ser feito.
Coruja = a sabedoria sustentada na interiorização.

Animais aliados e a sabedoria tradicional e milenar dos povos nativos.

Onça = a força do curador.
Beija flor = a força da reza, do contato com outras dimensões da vida, o pajé.
Tartaruga = a força do ancião e da orientação.
Tatu = o construtor de caminhos e a força de transformação.
Arara = A visão espiritual, o transe e a capacidade de ver espíritos.
Macaco = A inteligência da observação, a intuição.
Borboleta = a energia da transmutação, a força de cura pela consciência.
Bicho preguiça = a serenidade do ancião, a sabedoria.
Cobra = a força de proteção.
Harpia = a visão além do alcance.
Coruja = a senhora do mistério, do segredo.

A vida animal produz um grande universo de ensinamentos para os seres humanos.
Destituídos de vergonha, os animais expressam seus movimentos de vida.
Marginalizados, como seres inferiores, são os exemplos da linguagem da natureza.
Os quatro patas, os rastejantes, os alados, os aquáticos ensinam sua potência através dos diferentes entrecruzamentos, que são:
sua cores;
sua forma física;
o som produzido;
as pinturas de sua pele;
seu comportamento.

Por exemplo, o teiu, uma espécie de lagarto, ao ser ferido por uma cobra, procura um tubérculo -a cabeça de nego ou batata de teyú*, ele cava a terra e mastiga a planta para produzir sua cura.
Procurei fazer referência aos animais da fauna brasileira para a valorização da biodiversidade e da sabedoria desta terra das palmeiras que reconhecemos como Brasil.

Fonte : somostodosum

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