quarta-feira, 27 de abril de 2011

DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS E SOMATIZAÇÃO

  

 

  “Somatização” “Doença psicossomática” não são exatamente a mesma coisa.
Esse assunto foi matéria de uma revista Veja com o título: “Corpo e mente. O real poder do cérebro sobre a saúde”. Com esse nome eles estão mencionando tanto o poder do cérebro de “criar” doenças como também o poder de “curar” estas doenças. Tanto é que o subtítulo da matéria é: “Quando o cérebro é o médico”.
Não se trata de “poder da mente”, mas da influência do seu aspecto emocional na saúde física.
A matéria está escrita como se fosse uma descoberta muito recente essa relação entre emoções,  transtornos psicológicos, e a saúde do corpo. Na realidade a psicologia já sabe há muito tempo dessa intercomunicação: mente x corpo. Esse tema se chama psicossomática, e se refere às doenças de fundo emocional.
 

Toda doença tem fundo emocional?
Não. Mas o inverso é verdadeiro, a saúde física abalada também abala o emocional, quando uma pessoa descobre que tem câncer, o seu emocional fica muito abalado. Se ela não se controlar emocionalmente  pode ter sua resistência prejudicada e acabar ficando mais debilitada ainda. Por isso é muito importante o acompanhamento psicológico nestes casos mais graves.

Somatização
Quando alguém diz que a pessoa está somatizando, está dizendo que ela apresenta sintomas físicos mas, mesmo não havendo uma doença física, a causa destes sintomas é emocional. 
Por exemplo, é o caso da pessoa que sente taquicardia, o coração dispara e ela vai ao médico achando que está com problema no coração, chegando lá ela faz exames, e não acusando nada, o médico dispensa o paciente dizendo que ele está bem fisicamente. Esta taquicardia pode ser sintoma de pânico, síndrome do pânico.
Isso é somatização. Os exames não acusam nada porque a pessoa não tem nada fisicamente, o sofrimento físico é um reflexo do sofrimento emocional, que está mais escondidinho. O correto nessa situação é que o médico encaminhe a pessoa para um tratamento com psicólogo. Só o psicólogo pode tratar e amenizar esse sofrimento que apesar de estar se manifestando no corpo, ele é essencialmente mental, é psicológico.
Somatização é quando a pessoa apresenta sintomas, cuja avaliação do médico não identifica qualquer problema orgânico, mas identifica uma causa psicológica, e o tratamento é feito só com psicólogo.

Doença psicossomática
Quando usamos o termo “doença psicossomática” dizemos que a causa é psicológica, mas a pessoa apresenta alterações clinicas detectáveis por exames de laboratório, ou seja, o corpo da pessoa está tendo danos físicos, ai chamamos de doença psicossomática. É uma doença física, verdadeira,  mas com causa psicológica, ou seja, a doença já apareceu no corpo, como uma alergia por exemplo. Neste caso a pessoa deve tratar tanto com o psicólogo como com o médico. Com o médico ela trata o corpo, e com o psicólogo trata a mente, a cabeça, as emoções.
 

O corpo também afeta a mente
Uma doença física também provoca sofrimento mental. Uma pessoa que tenha uma doença que a debilite fisicamente, que a deixe afastada dos outros, isso pode iniciar uma depressão por exemplo. Nestes casos também deve receber tratamento médico e psicológico.
Isso significa que tratar um problema psicológico ajuda a tratar das doenças do corpo e também previne para que seu sofrimento mental não faça o corpo adoecer.

Doenças que não tem nada a ver com psicossomática
Câncer por exemplo. Por algum tempo fizeram muita maldade dizendo que quem tem câncer  “criou” esse câncer nele mesmo. Quer dizer que além de ter que tratar a doença, as pessoas com câncer ainda carregavam a culpa por estar doente, isso é maldade com o doente.
Tuberculose também, já foi dito que um tipo de personalidade provoca tuberculose. Uma pessoa romântica demais teria tuberculose- tudo bobagem. Não é assim que acontece.

Doenças de fundo emocional
Um tipo de problema que tem muito a ver com o psicológico (mas ainda não é 100%) é a infertilidade. Eu tenho certeza que você que está aí me ouvindo já ouviu a história de que alguém que queria muito engravidar e não conseguiu, foi só adotar uma criança que engravidou. Não é? O que aconteceu? Porque adotar uma criança facilita para que a mulher engravide? O que aconteceu é que ela reduz a ansiedade. Ela tranqüiliza. Se fizesse uma terapia, ela poderia também controlar essa ansiedade e engravidar. Ansiedade provoca infertilidade. Alias toda boa clínica de fertilização tem um psicólogo na equipe.
Toda doença, ou todo sintoma endócrino, cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, imunológico, e de pele é o tipo de doença que se pode desconfiar de causa psicológica. Então alergias, infecções, falta de ar, taquicardia, tudo isso pode ser doença psicossomática.
A própria revista veja naquela reportagem que eu mencionei indica a minha linha de terapia, a cognitiva comportamental como muito eficiente para esse trabalho, próxima a 100% de eficiência quando tratado com um profissional sério. É uma terapia breve, focada no problema e com resultados rápidos quanto às somatizações. O que é um grande alívio para quem está sofrendo agora. Ninguém quer esperar cinco anos para ver resultado da terapia, pra parar de ter dor de barriga, falta de ar, ou o que for que ela está sentindo.

O que provoca uma doença psicossomática?
A revista contou o caso da Lívia que se tratou com remédios por 5 anos de hipotiroidismo. Até que ela resolveu fazer psicoterapia, e na terapia ela descobriu que se entregou muito mais, do que recebia, nos relacionamentos. Era uma troca desigual. E era assim com o marido, família, amigos, todo mundo. Ela sofria de todo lado, mas trabalhou isso na terapia, e conforme ela aprendeu a controlar a agressão que sofria, conseguiu controlar também a doença, e o melhor, sem tomar remédio algum.
Hoje sua tireóide vai muito bem, obrigado!

Doenças iniciadas por aflições psicológicas
Vão desde alergias, bulimia, infertilidade, infarto, diabetes e disfunções glandulares.
As aflições psicológicas podem ser os eventos significativos na infância, como separação da criança da mãe, ou porque a mãe teve que se mudar, ou por força do trabalho,  os abusos que a criança sofreu, abusos verbais ou físicos, coisas fortes que foram ditas à criança, ou bater na criança.
Eventos estressantes, não só na infância, mas em qualquer fase da vida, morte de alguém próximo, mudança de trabalho, mudança de casa, ou insatisfação no trabalho, ou problemas com o marido, com o namorado, tudo isso pode estar desencadeando uma doença psicossomática. O corpo fica doente, e de início a pessoa não faz relação com estes problemas, acha que não tiveram nada a ver com a doença, mas tem relação sim.

Função do sintoma
O sofrimento mental fica lá guardadinho, você pensa que está esquecido, mas ele está lá agindo à surdina, e se você não trabalhar seu emocional, esse sofrimento pode encontrar uma forma de se manifestar, uma válvula de escape, que é o sintoma, que aos poucos vai fazendo seu corpo ficar doente. Todo sintoma tem a mesma função, te alertar de que alguma coisa não está indo bem, que você tem que tratar essa coisa.
A somatização também, ela está te chamando para você prestar atenção em você mesmo, e ver o que está errado na sua vida: Seu relacionamento com colegas? Seu casamento? Insatisfação no trabalho? Dificuldade nos estudos? Olhe para isso. Trate o que tem que ser tratado. Trate o emocional, porque o corpo só está chamando a sua atenção para que você veja que o psicológico não esta bem.
Muitas vezes, quando você procura um médico com uma somatização, alguém diz que é “frescura”. Se o médico disse que você não tem nada, sofre duplamente, porque você sente que tem alguma coisa mas não sabe o que é.
Doença psicossomática não é a doença da “mentirinha” é doença que o médico não conseguiu identificar a causa, então ele tende a te falar “Fique tranqüilo, está tudo bem” mas está tudo mal, você está com dor, com coceira, com a boca seca, coração pulando, dor de barriga, ta suando frio, como está tudo bem?

O médico identifica a doença emocional?
Infelizmente nem todo médico tem o preparo para encaminhar o paciente para o profissional correto, que é o psicólogo. Mas se eu conseguir ajudar hoje a você, se eu conseguir te ajudar a identificar esse tipo de sintoma em você ou em alguém que você conheça, e você conseguir ajudar essa pessoa com essa informação, eu já fico feliz. Já vou sentir que fiz a minha parte. Como a revista  publicou a terapia cognitiva comportamental é muito indicada para esses casos. É uma Terapia que trabalha com mudanças positivas nas atitudes das pessoas, muda a forma de pensar e de agir, de forma a parar de sofrer psicologicamente.
Como diz o título, seu cérebro pode ser seu médico. Se você precisa de um “piloto” para esse cérebro, para que ele consiga dar o comando correto para sua mente, para trabalhar suas questões pessoais conte com o psicólogo.



*O material deste site é informativo, não substitui a terapia  ou psicoterapia  oferecida por um psicólogo

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