A Águia faz o ninho bem no alto
de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e em volta o ar para
sustentar as asas dos filhotes. A águia mãe empurra os filhotes para
beira do ninho. Neste momento seu coração acelera com emoções
conflitantes, pois ao mesmo tempo que empurra, sente resistência dos
filhotes em não querer ir em direção ao precipício. Para eles a emoção
de voar começa com o medo de cair. Faz parte da natureza da espécie.
Apesar da dor, a águia sabe que aquele é o momento, sua missão deve se
completar, mas ainda resta a tarefa final: o empurrão.
A
águia faz o seu ninho com espinhos, mas forra-o com algo macio para não
incomodar os filhotes. Porém,
um dia chega um momento muito difícil para ela que é mãe, fazer com que
seus filhos entendam que têm de voar também, e que não podem ficar
dependentes dela o resto da vida, pois ela não é eterna. Então, sem
hesitar, ela tira todo o forro do ninho para que os espinhos incomodem
os filhotes. Os
filhotes ainda não sabem que têm asas, eles precisam “se tocar”, mas
mesmo incomodados, quando olham para o abismo que está embaixo, não
pulam! Preferem os espinhos!
A águia enche-se
de coragem, ela sabe que enquanto seus filhotes não descobrirem suas
asas, não entenderão o propósito de sua vida, enquanto não aprenderem a
voar, não compreenderão o privilégio que é nascer águia, assim o
empurrão é o maior presente que ela pode oferecer a eles. E seu supremo
ato de amor, então empurrando um a um ela os precipita para o abismo e
eles voam livres após descobrirem suas asas.
E
então chega o momento mais difícil para a mamãe águia, ela pega o
filhote com o bico e joga-o para baixo para que ele voe!
Quando a águia percebe que seu filhote não
vai conseguir voar, numa velocidade extraordinária ela voa como um
projétil, toma-o sob as asas e devolve- o à segurança do ninho! E tenta novamente, até que seu filhote aprenda a voar.
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