quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Velas - Parceiras na Introspecção Humana

Sempre tive, como muitas outras pessoas, uma atração irresistível pelo fogo e por seu representante mais próximo: as velas. Todos nós acendemos velas em determinado momento da vida. Seja por ocasião do aniversário de alguém, ou para um jantar romântico, um banho relaxante, ou sensual se for a dois... As velas estão sempre lá quando decidimos entrar em contato com nossa intimidade.
A maioria das pessoas simplesmente ignora o fato de que as velas são os instrumentos ritualísticos e mágicos mais simples, mais antigos e mais utilizados em todo o mundo em todos os tempos! A sua estrutura contém em sua simplicidade uma síntese dos quatro elementos. O fogo é o mais óbvio, depois a cera fria e dura lembra a terra, ao derreter ela assemelha-se ao elemento água em sua fluidez e transparência. O ar é representado na fuligem que se desprende da chama, ou no caso de velas aromáticas, pelo seu perfume. Os objetos mágicos de modo geral têm de representar os quatro elementos da natureza, eles evocam assim o poder desses elementos e de seus elementais, ou consciências, que habitam cada um deles.
De um ponto de vista mais psicológico ao acendermos uma vela estamos acessando a memória de todos os elementos segundo o que nos foi legado dentro do inconsciente coletivo por nossos ancestrais. A enormidade do mar se faz lembrar numas poucas gotas. A estabilidade da terra no corpo duro e frio da vela, O poder devastador do fogo, que deve ter causado pavor e fascínio nos homens primitivos! O mesmo fogo que também os libertou dos temores noturnos e dos ataques dos predadores. Desde então sentar-se em torno das fogueiras virou praxe para todos aqueles que queiram conversar, refletir ou apenas aconchegar-se. O fogo virou sinônimo disso tudo! Símbolo do calor humano (O fogo das paixões, o calor materno, etc...)
As velas auxiliam na concentração durante práticas oraculares.
Com a evolução do pensamento mágico as velas passaram a ser cada vez mais utilizadas, muitas vezes em substituição às fogueiras pagãs. As religiões monoteístas se utilizaram do poder ígneo para seus próprios cultos, em procissões, missas e orações.  No mundo mágico as velas são a forma mais sucinta de praticar magia, mas deve ser obedecido certas “regras” por assim dizer. Devemos observar a fase da lua em que estamos realizando o ritual, e se essa fase combina com o objetivo que queremos manifestar. Do mesmo modo a cor da vela escolhida, que sempre evocará um elemento com o propósito de nos apoiar no procedimento mágico, e até mesmo o modo com que untamos o seu corpo da base ao pavio, ou do pavio à base conforme nossas intenções! Untar as velas é uma antiga prática pela qual podemos firmar nossa atenção num objetivo e repassar para o objeto mágico toda a energia interior que será retransmitida ao universo rumo à concretização!
Para quem olha os rituais mágicos com desconfiança vale lembrar que as velas também podem ser aplicadas com a simples intenção de meditar. Uma meditação interessante de se fazer com uma chama é a de ficar olhando atentamente para ela até fixá-la na memória. Feito isso feche os olhos e a imagine brilhando sobre a região conhecida como terceira visão, ou terceiro olho. Toda vez que sua imagem se desfizer, ou for invadida pela flutuação da mente, abra os olhos e volte fixar-se na imagem e repita o processo. Essa prática favorece a própria meditação, limpando a mente. Reforça a memória, amplia a intuição e a atenção.
                       
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Jaime Cannes
Porto Alegre - RS. Consultor e professor de tarot desde 1988. Pesquisa a relação do tarot com a mitologia, a psicologia e o ocultismo. Sua visão de tarot mescla tanto o trabalho oracular quanto a reflexão e a transformação da consciência com o auxílio dos arcanos. É mestre e terapeuta reiki, astrólogo, numerólogo e poeta. Escreve versos desde os doze anos. Possui artigos e poemas publicados em jornais e sites do Rio Grande do Sul e de todo o Brasil.
portalarcoiris.ning.com

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