quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ho´oponopono - HÁ MAGIA NAS PALAVRAS


HÁ MAGIA NAS PALAVRAS

HÁ MAGIA NAS PALAVRAS


A ciência da navegação se processa sobre cálculos exatos, o que ratifica a máxima "navegar é preciso". Falar, no entanto, está longe de ser preciso ainda que geralmente entendamos ser preciso falar.

No Mito Cristão da Criação, somos informados de que Deus falou: "Disse Deus haja luz e houve luz". Entendido como Mito,  toda simbologia, analogia e antropomorfismo, é perdoado, bem-vindo e até imprescindível. Assim não é de se estranhar que uma serpente apresente seus elaborados e sedutores argumentos a Eva e que o Grande Espírito, que os íntimos do Eterno Mistério chamam de Deus ou Pai nosso, também fale e ao falar regue de Luz a Criação.

Quanto ao artifício do antropomorfismo, o politeísmo grego é aparentemente um excelente exemplo, na  medida em que os deuses tinham todas as características humanas.

Seja como for, Moises, a quem se atribui a autoria do livro de Gênesis, coloca boca em Deus, tendo ainda a felicidade de colocar na boca do Criador palavras que iluminaram e ainda iluminam o mundo. Se não houve palavra verbalizada, houve a ação do Verbo, do Logos Eterno, fazendo emanar o Verso do Uno.

Palavras são como vulcões que emergem das profundezas e jorram na superfície, com grande poder criador e destruidor. Semelhante aos vulcões, dominá-las não é tarefa fácil. De meu Mestre Jesus foi dito: "ninguém jamais falou como este homem". Falava com congruente autoridade, com paixão e compaixão, falava a verdade com graça; nele a Justiça e a Paz se beijaram.

Palavras são símbolos midiáticos através dos quais os desejos e intenções do coração, da mente e do corpo se expressam. Está longe de ser ciência exata pois cada palavra dita voa envolvida com inúmeros ingredientes, capazes de afetar o significado e comprometer o propósito. Neste aspecto, os cuidados exigidos vão muito alem do domínio de uma língua ou de técnicas de oratória.

Saber como e quando falar, enriquecer o que é dito com sinceridade e amorosidade, são alguns cuidados para os que desejam trazer luz ao seu próprio mundo e ao mundo de quem ouve. Entretanto, tais palavras ainda dependerão da mente e do coração e, sobretudo, do que se encontra arquivado no subconsciente de quem irá ouvi-las para então gerar ou não o efeito desejado.

Tais desafios que as palavras impõem, bem como os resultados que produzem, devem nos fazer cuidar melhor do que sai dos nossos lábios, levando-nos ainda a lembrar que fala melhor quem melhor ouve. Consciente desta realidade, o rei poeta Davi suplica: "Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios". Entretanto, mesmo sabendo do indomável, e por vezes traiçoeiro, espírito que anima as palavras, concordamos que falar, conversar e papear é bom demais.

Há palavras que geram luz, como as ditas pelo Criador: Haja Luz e houve Luz! São palavras criadoras, que iluminam horizontes, aquecem o coração, produzindo vida e esperança. Tais palavras como disse o sábio rei Salomão são "como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo", ou seja, possuem riqueza e beleza. Há, por outro lado, palavras que lançam sombras, incertezas, que destroem sonhos, que nos faz mergulhar em profundas trevas de amarguras.

Existem palavras simples, estruturalmente fáceis de pronunciar, que não enrolam a língua e que produzem efeitos maravilhosos, refiro-me a expressões como: Eu te Perdôo, Sinto Muito, Muito Obrigado, Eu te Amo, Com Licença, Por Favor, entre outras. São termos que precisam ser protegidos da extinção, pois possuem a magia de tornar os relacionamentos azeitados e leves. Possuem o poder de evitar atritos, criar acolhimento, aquecer o coração, iluminar os pensamentos, acariciar a alma e florescer a vida. Lembrando ainda Salomão; "palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo". Tais palavras liberam a essência divina na vida de quem as pronuncia, estabelecendo pontes de coração para coração, promovendo o encontro de almas. São embaixatrizes da Paz, promotoras do Amor, fadas que fazem brotar alegrias, revitalizam esperanças e enxugam lagrimas.

Ainda que os relacionamentos interpessoais sejam iluminados, humanizados e divinizados pelas expressões supracitadas, gostaria ainda de fazer alusão a outras palavras; através delas podemos nos limpar e reprogramar os arquivos do subconsciente, obtendo assim expansão da própria consciência. Refiro-me ao processo de cura Hooponopono utilizado e ensinado pelo terapeuta Dr. Ihaleakala Hew Len.

Hooponopono significa "corrigir um erro" ou "tornar certo", na língua original dos havaianos. Significa ainda amar a si mesmo, sabendo que tal atitude é a melhor forma de auto-ajuda. À medida que melhoramos, o mundo a nossa volta também se transforma para melhor. Jesus sabia que o amor que dedicamos ao semelhante possui a dimensão do amor que temos por nós mesmos e que só é possível doar o que possuímos, por isso instruiu: "amarás ao teu próximo como a ti mesmo". Não é preciso dizer que ele se referiu ao Amor e não a um egoísmo narcisista.

Para limpeza e cura pessoal no processo Hooponopono, o uso das expressões Sinto muito, Me perdoe, Te amo, Sou grato funcionam como chaves que abrem as portas para a entrada da Luz, para a ação do Divino em nós.

Quando eu digo para mim mesmo "Sinto muito" reconheço que algo (não preciso saber exatamente o que) penetrou em meu sistema corpo/mente/emoção estremecendo minha harmonia interna e externa; quero então perdão interior pelo que me trouxe tal desarmonia. Ao dizer "Me perdoe" não estou pedindo a Deus para me perdoar e sim estou pedindo a Deus para me ajudar a me perdoar. Ao dizer "Te amo", para mim mesmo, a energia bloqueada (da culpa, do complexo, da couraça, da sombra que gera o problema) é transmutada em energia fluida, religando-me ao Divino. "Sou grato" é a minha expressão de gratidão, minha fé que tudo será resolvido para o bem maior de todos envolvidos.

Ter em mente tais expressões e ministrá-las a nós mesmos  - a essência divina que nos habita - em voz audível ou em silêncio, conforme sentimos ser a necessidade do momento, abre as portas para a dimensão Crística de existência. Tal prática banha de Luz o subconsciente diluindo no Amor as sombras densamente estruturadas e limitadoras.

Há vibração nos sentimentos, portanto, que se propague a partir de um coração puro; há energia em nossos pensamentos, portanto, que sejam iluminadores; há magia nas palavras, portanto, que sejam amorosas. 

Por Oliveira Fidelis Filho
stum.com.br

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