domingo, 27 de março de 2011

LEITURA CORPORAL ...... A PELE, O CONVÍVIO E O PLANETA




O SER se expande em energia do núcleo para a superfície da célula e da célula para a apresentação na pele. Cada etapa se cumpre no desejo de aprimoramento e de satisfação através do que é expresso. É na derme que a vida efervesce em direção à superfície do corpo.


SOMOS ÚNICOS OU PARTE ?

Únicos e parte, somos células de um grande corpo, células que trabalham juntas pelo projeto comum da expansão da consciência !
Cada um de nós cumpre com sua trajetória pessoal na grande evolução do Cosmos. No planeta, cumprimos com a trajetória coletiva que se escolheu desenvolver.

A PELE espelha todo desejo ou conquista de e expressão e, assim como o espelho vivificado das águas, turva-se quando o movimento profundo se desorganiza.
Emanando agora do mais profundo do corpo, onde energia e consciência se contiveram, o fluxo dos impulsos se apresenta através dos ossos, articulações e músculos, alcançando a possibilidade da expressão amorosa nos limites saudáveis que a pele propicia.

É NA CAMADA SUBCUTÂNEA DA PELE que se ancora a construção da expressão afetiva. O tecido gorduroso da hipoderme armazena a energia necessária para a exposição verdadeira e amorosa e filtra, amortecendo ou estimulando, os movimentos de contato do que é mais interno com o que é expresso pelo externo.
Se a expressão não satisfaz ou se o que se recebe não nutre, acumulam-se neste tecido corporal os impulsos insatisfeitos e se registra o sentimento de carência pela troca não exercida ou vazia. O crescimento da célula gordurosa evidencia que o indivíduo não se percebe, valida ou nutre o que busca o reconhecimento e sua satisfação na ação que espera do outro.´

É NA DERME QUE A VIDA EFERVESCE em direção à superfície do corpo! Brotam aqui os anexos da pele que servem à expressão e à percepção do mundo externo. No fluxo do sangue e da linfa, no circuito dos receptores nervosos, na ativação das glândulas sebáceas e sudoríparas, na estruturação e mobilização dos cabelos, pêlos e  unhas, o pulsar da elasticidade desta segunda camada da pele faz a transição entre o que é sólido no interior e o que vai se tornar expressão sutil na superfície.

Cada estrutura em função organiza as etapas e a qualidade da expressão e, no fluxo da percepção, cada uma delas traduz para o interno os estímulos recebidos.

É NA EPIDERME que se reconquista a expansão!
Estruturada para expressão prazerosa daquilo que emanou do profundo e ávida pelo prazeroro encontro na partilha, a camada mais superficial da pele traduz e expôe toda a vitalidade do universo interno.
Ativada pelo impulso profundo da expressão, a epiderme mostra o desejo de experiência e nela se traduz a satisfação ou insatisfação experimentada em suas nuances.
É pela produção de melanina na epiderme, na definição da cor da pele, que se expressa o quanto do universo se permitiu expandir ou, na partilha, o quanto do mundo externo, sutil, amoroso, sensual e sensorial, se permitirá acolher, reconhecer e incorporar.

O PRÓXIMO PASSO É O GESTO !
O aparente limite que a pele propicia ao corpo físico, apesar de toda sua porosidade e plasticidade, permite que o encontro entre os seres possa acontecer afetida e prazerosamente, sem o risco da mistura das identidades.
No exercício da partilha amorosa, na coletividade e na sexualidade, encontra-se a ampliação da percepção de si no encontro com o outro.
A PELE IRÁ ADOECER quando a troca verdadeira já não acontece, quando se falseia o viver da experiência com o outro, quando a identidade é substituída por performances e papéis e, na troca íntima, quando a sensualidade se perde em exercício de sedução, quando a sexualidade se restringe à genitalidade e poder nas relações.
Se permitirmos que a consciência se expanda, se conqusitarmos a reamplitude da energia, o SER reconquista o contato com o Cosmos em sua expressão mais fluída.

A PELE, SUPERFÍCIE DO CORPO, É ENTÃO O ESPELHO DAS ÁGUAS DA ALMA !
Mesmo que este fluxo se atrase ou desvie, o aprendizado se faz pela tradução que se concretiza na pele do corpo ou do planeta. E se a energia do Cosmos transita pela matéria em tamanha fluidez, cumpre-se o objetivo básico da experiência da vida.
É na experiência da partilha, no encontro, que se refaz o caminho da união consigo e a comunhão com a trajetória original no Todo.

Texto : Euder Airon

Nenhum comentário:

Postar um comentário