Com que moeda você negocia no amor?
Por sermos diferentes uns dos outros, quando nos relacionamos tentamos
convencer o outro sobre nossas ideias e desejos. Assim é o exercício de
existir. Portanto, negociar não é (em princípio) um problema ou uma
ofensa. A questão, no entanto é: com que moeda você negocia?
Em geral é nas relações mais significativas que mais negociamos. Afinal é nelas que os resultados mais contam para nossa alegria e satisfação ou para nossa frustração e – felizmente – aprendizado. Tudo começa exatamente aí: o quanto você está maduro para lidar com as alegrias e também com as frustrações que fazem parte de qualquer relacionamento?
Quanto mais infantil e insegura for uma pessoa, mais ela negociará com moedas que machucam, agridem e desvalorizam o outro. Ao contrário, quanto mais amadurecida ela for, mais usará moedas que edificam, acariciam e valorizam o outro.
Sendo assim, o que você faz quando se sente contrariado ou irritado com o outro? Como você reage? Pensa antes de tomar qualquer atitude ou age impulsivamente? Deseja apenas dar o troco e provocar nele os mesmos sentimentos ruins ou olha também para si e se questiona sobre por que você está se sentindo desta forma?
Tem gente que não quer nem saber e dá o troco na mesma moeda. Não atendeu o celular? Também não vou atender. Não avisou que ia sair? Também vou sair sem dar nenhuma satisfação. Tem gente que negocia no grito. Fala tudo o que vem na cabeça, em alto e bom som (geralmente exagerando) relembrando coisas do passado e esbravejando até o que não deve.
Tem gente que negocia com o silêncio. Fica dias sem falar com o outro. Quando ele pergunta o que está acontecendo, a resposta é tão categórica quanto incoerente: “nada”. Tem gente (em geral as mulheres) que negocia com sexo. Se o outro saiu da linha vai pro sofá. Abstinência sexual completa.
E você, que moeda usa? Qual sua verdadeira intenção? Negocia para que os dois ganhem ou negocia para que você sempre consiga o que quer? Deseja conquistar o outro para que, juntos, cheguem a um consenso, ou cobrar, exigir e “castigar” quando não consegue o que deseja?
Depois de anos estudando relacionamentos, estou certa de que a moeda mais poderosa para negociações saudáveis entre pessoas é o diálogo. Falar o que você sente e pensa e, principalmente, ouvir o que o outro pensa e sente são escolhas altamente eficazes. Mas, claro, para usar esse tipo de moeda, é preciso saber o seu valor, é preciso estar crescido a ponto de reconhecer a riqueza contida nela.
Sei que nem sempre é possível conversar. Às vezes, em momentos onde os ânimos estão muito alterados, o melhor é calar. E quando nem calar for possível, que se grite, que se fale demais, que se perca as estribeiras. Mas que sempre (sempre mesmo!) os dois estejam dispostos a retomar a questão e resolvê-la de modo maduro, ouvindo e considerando o outro – como ele é, e não como a gente gostaria que ele fosse.
E que acima de tudo ambos possam admitir sua parte no desentendimento e se desculpar, lembrando que o maior desejo é que esse encontro de amor possa servir para que se tornem mais apurados para a alegria e para o prazer. Isto é negociar sábia e amorosamente.
Em geral é nas relações mais significativas que mais negociamos. Afinal é nelas que os resultados mais contam para nossa alegria e satisfação ou para nossa frustração e – felizmente – aprendizado. Tudo começa exatamente aí: o quanto você está maduro para lidar com as alegrias e também com as frustrações que fazem parte de qualquer relacionamento?
Quanto mais infantil e insegura for uma pessoa, mais ela negociará com moedas que machucam, agridem e desvalorizam o outro. Ao contrário, quanto mais amadurecida ela for, mais usará moedas que edificam, acariciam e valorizam o outro.
Sendo assim, o que você faz quando se sente contrariado ou irritado com o outro? Como você reage? Pensa antes de tomar qualquer atitude ou age impulsivamente? Deseja apenas dar o troco e provocar nele os mesmos sentimentos ruins ou olha também para si e se questiona sobre por que você está se sentindo desta forma?
Tem gente que não quer nem saber e dá o troco na mesma moeda. Não atendeu o celular? Também não vou atender. Não avisou que ia sair? Também vou sair sem dar nenhuma satisfação. Tem gente que negocia no grito. Fala tudo o que vem na cabeça, em alto e bom som (geralmente exagerando) relembrando coisas do passado e esbravejando até o que não deve.
Tem gente que negocia com o silêncio. Fica dias sem falar com o outro. Quando ele pergunta o que está acontecendo, a resposta é tão categórica quanto incoerente: “nada”. Tem gente (em geral as mulheres) que negocia com sexo. Se o outro saiu da linha vai pro sofá. Abstinência sexual completa.
E você, que moeda usa? Qual sua verdadeira intenção? Negocia para que os dois ganhem ou negocia para que você sempre consiga o que quer? Deseja conquistar o outro para que, juntos, cheguem a um consenso, ou cobrar, exigir e “castigar” quando não consegue o que deseja?
Depois de anos estudando relacionamentos, estou certa de que a moeda mais poderosa para negociações saudáveis entre pessoas é o diálogo. Falar o que você sente e pensa e, principalmente, ouvir o que o outro pensa e sente são escolhas altamente eficazes. Mas, claro, para usar esse tipo de moeda, é preciso saber o seu valor, é preciso estar crescido a ponto de reconhecer a riqueza contida nela.
Sei que nem sempre é possível conversar. Às vezes, em momentos onde os ânimos estão muito alterados, o melhor é calar. E quando nem calar for possível, que se grite, que se fale demais, que se perca as estribeiras. Mas que sempre (sempre mesmo!) os dois estejam dispostos a retomar a questão e resolvê-la de modo maduro, ouvindo e considerando o outro – como ele é, e não como a gente gostaria que ele fosse.
E que acima de tudo ambos possam admitir sua parte no desentendimento e se desculpar, lembrando que o maior desejo é que esse encontro de amor possa servir para que se tornem mais apurados para a alegria e para o prazer. Isto é negociar sábia e amorosamente.
Por Rosana Braga
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