As propriedades medicinais do óleo essencial de Tea Tree
são conhecidas por centenas de anos pela tribo australiana de
aborígines Bundialung. Eles tratavam muitas afecções com macerados das
folhas da árvore e costumavam nadar na lagoa onde as folhas caídas
haviam tornado a água um banho terapêutico. O Tea Tree passou a ser
conhecido no ocidente a partir da expedição do capitão James Cook, que
em 1770 aportou na baía de Botany na Austrália, e observou os aborígenes
fazerem chá com as folhas de uma árvore, usada com finalidades
medicinais. O botânico da expedição, Joseph Banks, coletou amostras das
folhas de diferentes espécies de melaleucas usadas neste chá nativo, e
acabou por dar-lhes o nome de “Tea Tree” ou “árvores de chá”. Em 1920, o
Dr. A. R. Penefold, um químico do governo em Sidney, Austrália, recebeu
o crédito pelo início da pesquisa clínica em seres humanos e
documentação dos diversos benefícios associados com o óleo de Tea Tree.
Seus estudos determinaram que o óleo de Tea Tree possuía um potencial
cerca de 11 a 13 vezes mais poderoso do que o ácido carbólico (fenol)
para matar bactérias e fungos, contudo não queimando a pele apesar
disso. Os resultados de suas pesquisas foram além das expectativas. O
óleo de Tea Tree veio a ser tão valorizado pelo governo australiano que,
durante a Segunda Guerra Mundial, todos envolvidos na produção e
fornecimento deste óleo foram dispensados do serviço militar com o
objetivo de suprirem a demanda dos soldados britânicos e australianos
nas frentes de batalha. O óleo entrou na maleta de primeiros socorros de
todos os soldados, e era chamado de “kit medicinal engarrafado”. A
utilização de todo o óleo produzido pelas destilarias pelo governo,
resultou no seu desaparecimento no mercado, e aliado ao surgimento de
novas drogas durante e após a segunda guerra, ele passou a ser cada vez
menos utilizado pelas pessoas, até que entre 1960 e 1970, com o advento
de uma nova geração mais voltada para a medicina alternativa e produtos
naturais, o óleo de Tea Tree reviveu novamente ganhando outra vez
popularidade. A partir daí, cientistas de várias partes do mundo
começaram a desenvolver novos testes com o óleo e comprovar ainda mais
sua eficácia já há muito conhecida. Dentre os diversos tipos de usos que
o óleo possui, podemos dizer que o mais interessante é na eliminação de
bactérias causadoras de infecções. Pesquisadores australianos
demonstraram uma ação rápida em vitro, de menos de uma hora sobre todas
as bactérias das colônias estudadas, em diluições que variavam de 0,5%
até 1,25% conforme o tipo de microorganismo. Eles estudaram a ação do
Tea Tree sobre um tipo de “supermicróbio”, comumente resistente à
meticilina ou MRSA, o Staphylococcus aureus, uma bactéria hospitalar que
não responde a antibióticos e mata pacientes em todo o mundo.
Descobriram que apenas uma pequena quantidade do óleo de Tea Tree (uma
concentração de 0.25%, equivalente a 5 gotas em 100 ml água), foi
suficiente para inibir o crescimento bacteriano; com o dobro da dosagem
(0.5%), ele mata esta bactéria. Desta forma, não só o uso do Tea Tree na
eliminação de infecções é válida, mas também seu uso na purificação de
água e alimentos (como alternativa ao cloro) e no ar (em difusores ou ar
condicionado) encontra grande valia. Uma das vantagens de se recomendar
o óleo essencial de Tea Tree como antiséptico, é que é impossível para
um micróbio infeccioso criar resistência a ele. O óleo possui uma
complexidade química tão grande, com mais de 100 componentes, que uma
bactéria não consegue modificar seu sistema enzimático para lidar com
isso. Esta é hoje uma das grandes vantagens do uso do Tea Tree em
substituição aos antibióticos convencionais, que a cada dia perdem mais
ação pelo fato dos micróbios estarem desenvolvendo resistência a seus
efeitos, exigindo assim o uso de drogas cada vez mais fortes e
prejudiciais. Num estudo do Departamento de Pesquisa do Colégio Nacional
de Quiropraxia, EUA, foi constatado que o Tea Tree age como antiséptico
de duas maneiras, através de uma ação direta sobre os microorganismos, e
segundo através de um processo de ativação dos glóbulos brancos no
processo de defesa do corpo. Sendo assim, podemos considerar que ele
possui propriedades imunoestimulantes, o que o torna uma alternativa
formidável para pacientes com baixa resistência e/ou doenças que
fragilizam sua imunologia e permitem o aparecimento de doenças
inoportunas. Nós temos tido formidáveis resultados do óleo essencial de
Tea Tree no tratamento de infecções e processos inflamatórios. De tudo
que conhecemos, nunca vimos nada tão rápido para tratamento de cistites,
por exemplo. Ele tem apresentado em nossos estudos excelentes
resultados, mesmo naqueles casos em que os antibióticos mais usados
falharam. Pesquisas feitas em maio de 2000 por 4 cientistas (Mikus J.,
Harkenthal M., Steverding D., Reichling J.) demonstraram uma toxidade
1.000 vezes maior do óleo de Tea Tree sobre o protozoário Trypanosoma
brucei (causador da doença do sono) do que para as células humanas.
Árvore de origem australiana de onde é extraído o óleo essencial com características anti-sépticas incríveis. É também precioso para tratar infecções causadas por fungos e bactérias.
Patricia Davis
Eles encontram também bons resultados contra Leishmania
major (causador da Leishmaniose). Isto sugere a possibilidade do uso
interno do óleo essencial de Tea Tree no tratamento destes parasitas,
assim como a possibilidade de bons resultados sobre um parente próximo
do T. brucei, o Trypanosoma cruzi, que causa a “Doença de Chagas”.
Testes feitos pelo departamento de medicina experimental, na Itália
demonstraram que uma solução num teor mínimo de 0,5% do óleo de Tea Tree
é eficaz contra um largo número de fungos e micoses de pele (pé de
atleta, frieiras, etc). Hoje o Tea Tree é considerado um recurso valioso
dentro da odontologia no tratamento de doenças bucais e na prevenção da
cárie. Pesquisadores brasileiros da Escola Dentária de Piracicaba (via
UNICAMP), demonstraram ser o óleo essencial de Tea Tree mais eficaz que a
clorexidina e o óleo de alho no combate a bactérias bucais. Apesar de
todos os três mostrarem atividade antimicrobial sobre Streptococci
mutans, agente causador de cáries, somente o Tea Tree apresentou
resultados nos outros tipos de bactérias. A clorexidina é em geral
indicada para a redução da flora microbiana, sendo utilizada em produtos
para desinfecção das mãos, tratamento de infecções na área bucal,
genital e da pele. Sendo o Tea Tree de ação mais ampla que esta
substância, o seu uso em soluções alcoólicas ou em gel para assepsia e
tratamento dos problemas citados é uma alternativa de grande valia. No
tratamento da candidíase (Candida albicans) o Tea Tree é infalível.
Experiências da Universidade de Hacettepe, Turquia, demostraram ser ele
eficaz não só sobre a candidíase normal, mas também sobre a candidíase
resistente aos medicamentos usualmente utilizados como a fluconazola.
Hoje a candidíase é um problema que ataca um grande número de pessoas, e
uma das formas mais comuns tem sido a vaginal, que ocasiona coceiras e
desconfortos. Outros estudos da Escola Médica da Universidade de Wayne,
EUA, demonstraram em pesquisa similar um potencial do Tea Tree no
tratamento da candidíase orofaringeal refratária à fluconazola em
pacientes com AIDS. O herpes labial (Herpes simplex) é outro problema
tratável com o óleo de Tea Tree em diluições de 6%. O uso veterinário do
Tea Tree é outra alternativa de valor. Ele demonstrou grande eficiência
numa pesquisa alemã na eliminação de diferentes tipos de
microorganismos (ex. Malassezia pachydermatis) causadores de dermatite
seborréica e micoses, especialmente em cães e gatos. O Tea Tree
apresenta também bons resultados em caspa, queda de cabelo e seborréia,
eliminando a maior parte das bactérias e fungos que vêm associados com
estes problemas como Pityrosporum ovale e Trichophyton sp. Já existem no
mercado shampoos de Tea Tree empregados no tratamento de piolhos, o que
dá excelentes resultados. Diluições de cerca de 5% mostraram-se muito
úteis para isso e sem efeitos adversos. O Tea Tree também demonstrou
bons resultados em inflamações do ouvido (otite). Pesquisas mostram um
excelente resultado com este óleo, principalmente quando casado com óleo
essencial de cipreste (Cupressus sempervirens) e/ou tomilho (Thymus
vulgaris timol), no tratamento de inflamações (acne, abcessos e
furúnculos), sendo para estes problemas utilizado puro no local ou
diluído em álcool ou gel. Apesar do óleo essencial de Tea Tree nem
sempre ser indicado internamente em muitas literaturas, ele apresenta
excelentes resultados através de poucas gotas na água para se tomar,
principalmente na solução de infecções. Mas, recomendamos que seu uso
seja feito sob a orientação adequada de um aromaterapeuta que tenha
conhecimento sobre as dosagens no uso interno de óleos essenciais. No
caso de alergia ou mal estar, suspenda imediatamente seu uso. O uso
excessivo de Tea Tree, principalmente internamente pode ser tóxico, mas
se utilizado adequadamente traz resultados sem fazer nenhum mal. Alguns
animais como aves, são muito sensíveis ao óleo, que deve ser usado
sempre muito bem diluído para evitar alergias nos mesmos. Não seria
recomendado o uso interno em grávidas (apesar de não ser abortivo), a
não ser em casos de extrema necessidade, mas sob acompanhamento
terapêutico ou médico adequado. Traz sensação de clareza, limpeza e
purificação. O óleo essencial de Tea Tree é usado principalmente para
resolver problemas como unha preta, com micoses, descamando ou
encravada, pé de atleta (1 a 2 gotas 2 vezes ao dia no local por 1-2
meses) e se associado meio a meio com o óleo essencial de cravo obtém-se
resultados ainda melhores; sinusite infecciosa (inalações 3-6 gotas),
garganta inflamada, laringite e amidalite (1-2 gotas num copo com água
para gargarejo); caspa, seborréia (cerca de 25-40 gotas para cada 100 ml
de shampoo, lavar e deixar no cabelo por pelo menos 3 minutos);
impetigo, ptiríase, psoríase, candidíase ou tricomoníase vaginal,
coceira genital e nas virilhas, líquen (gel 0,5-2% uso local ou 3 gotas
em 100 ml de água passando com algodão na área); herpes ou sapinho (puro
no local); cistite, infecções em geral, candidíase reincidente,
enterite, etc (2-3 gotas 3 vezes ao dia em uma colher de sopa de água
internamente, por cerca de 1 semana).
fonte : phytoterapica.com.br
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