Cientificamente, amor é manifestação de sintoma psicológico
decorrente de percepções inconscientes ligadas à necessidade do ser
humano de manter laços afetivos com seus congêneres. O amor, por esse
conceito, seria uma ilusão da mente humana.
Será?
O conceito de amor entre um homem e uma mulher está entre as uniões
psicoafetivas mais frágeis, depois do conceito de amizade. É passível de
ruptura quando fatores mutantes como percepção de aparência ou da
natureza do caráter do outro não estiverem mais presentes.
Já o amor entre pacientes consangüíneos de primeiro grau, como são os
genitores e seus filhos, sói ocorrer em outro nível, eventualmente
intensificado por fatores ligados a processo genético de transferência
para os filhos de elementos físicos e psíquicos extremamente fortes em
seus ascendentes diretos.
Abrindo mão do cientificismo e adentrando mais o campo prático das
relações humanas, percebe-se nos pais que são entusiastas do papel de
genitores uma tendência a experimentarem como que uma transferência
simbiótica do sofrimento dos filhos para eles mesmos.
O sofrimento de um filho transforma-se no dos pais, freqüentemente
chegando a fazer com que sintam a mesma dor emocional causada a filhos
que, por sua vez, estiverem experimentando dor emocional ou física.
Ainda que existam relatos de transferência de sofrimento físico, não
há reações realmente comprovadas nesse nível , mas, seguramente, o
sofrimento de qualquer natureza de um filho pode se transformar em
sofrimento até maior para os pais, em termos psicológicos.
O amor dos pais por um filho é simbiótico, nesse aspecto. Não há
sofrimento maior de um ser vivente diante da dor de um semelhante do que
aquele que pode experimentar quem gera outra vida.
Evidentemente que ninguém é capaz de sofrer mais do que aquela que
gera uma vida dentro de si e a vê padecer em qualquer momento desde a
sua concepção. A relação simbiótica que a mãe mantém com aquele ser que
gera dentro de si é incomparável e incompreensível para os demais.
Todavia, aquele pai que faz da paternidade o ponto central de sua
vida, esse é capaz de experimentar o segundo nível mais alto de dor de
um ser humano diante do sofrimento de outro.
Este pai está passando por esse tipo de dor, neste momento.
Felizmente, se é que se pode usar o termo, trata-se do sofrimento
emocional de um filho crescido e não pela saúde da caçulinha Victoria,
que tem lutado pela vida nos últimos anos. Vale avisar aos amigos.
fonte : blogdacidadania.com.br
postado por : integracaoholistica.blogspot.com
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