segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Habilidade de Alegrar-se Espontaneamente


Você já parou para pensar qual é a origem da alegria? Em geral, dizemos: o que me dá alegria é... No entanto, sentir alegria somente a partir de eventos externos é tão difícil como encontrar água e sombra no deserto. A origem da alegria está dentro de nós: em nossa capacidade de abrir-se para senti-la. Podemos sentir a alegria espontânea que surge do bem-estar frente à vida.

Quem já não se pegou com medo de sentir felicidade? Como se não a merecesse? Portanto, não basta sentir a alegria, precisamos também cultivar as condições para expandi-la.

Para expandir a alegria, precisamos educar a mente para romper o hábito de andar para o passado e correr para o futuro. Se nossa mente souber ficar no presente enquanto observa o passado e planeja o futuro, não irá se perder nem se cansar.

No início, precisamos aprender a nos alegrarmos com nossas próprias alegrias: parar de buscá-las em situações externas e reconhecê-las quando ocorrem interiormente. O importante é ter confiança no valor dessa experiência, que vale a pena ser cultivada. Não é perda de tempo! A alegria surge quando não desistimos de nós mesmos.

A alegria espontânea surge quando mostramos apreciação por nós mesmos e por aqueles que amamos. O apreço traz a sensação de proximidade e de conforto.

Tornamo-nos o que amamos, tornamo-nos o que olhamos: contemplar o Vivo é tornar-se vivo. Escreve Jean Yves Leloup em A Arte da Atenção (Ed. Versus).

Um dos maiores obstáculos para sentir a alegria espontânea é sentir rancor contra nós mesmos, por estarmos onde estamos e sermos quem somos. Por uma razão ou por outra, quase nunca estamos satisfeitos conosco mesmos. A vida é um contínuo processo de transformação. São raros os momentos em que nos sentimos completos. Por isso, precisamos aprender a sentir alegria até diante da imperfeição.

A alegria de viver com abertura surge da clareza de nossos propósitos. Podemos reconhecer nossos desejos e necessidades como legítimos. Assim, quando fizermos nossas escolhas e assumirmos responsabilidade por elas, já não sentiremos mais necessidade de justificá-las. Isto é, não precisaremos mais nos defender das idéias alheias para nos afirmarmos.

O segredo está em nos mantermos ligados à nossa aspiração sem nos prendermos aos resultados imediatos, nem nos deixarmos levar pelas preocupações que não podemos resolver de imediato.

E por fim, não desistir. Às vezes desistimos no momento mais intenso porque pressentimos que a mudança real irá ocorrer. Então, caímos nas armadilhas do medo do desconhecido. Se isto lhe ocorrer, procure se refrear e recupere seu humor, dizendo para você mesmo: Ei, pare, você já conhece o caminho de voltar atrás! Desta vez, siga em frente.

Bel Cesar é psicóloga e pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano.
Email: belcesar@ajato.com.br


Publicado por Fatima dos Anjos- www.portalarcoiris.ning.com

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