COMO COLOCAR UM FIM À DOR EMOCIONAL - Eckhart Tolle
Podemos localizar em nossa vida fases em que uma dor emocional permanece instalada em nós por um longo período - um ano e meio, pelo menos. Vamos dormir sabendo que, ao acordar, sentiremos a mesma dor no peito. Geralmente isso ocorre quando vivemos algo maior do que nossa capacidade de elaborar.
A meta de transformar o sofrimento em autoconhecimento faz com que nos sintamos íntimos da nossa dor, tão próximos dela que, às vezes, sentimos pena de deixá-la. Eu me lembro claramente da primeira vez que senti nostalgia por perceber que uma dor emocional estava para acabar. Cheguei a perguntar para Gueshe Sherab: Será que sem esta dor continuarei aprendendo tanto quanto aprendi ao senti-la?. Ele riu e me respondeu: Você não precisa chamar a dor para evoluir, pode ter certeza que sempre haverá sofrimento suficiente para aprender algo com ele. Quando a mente não está sobrecarregada com uma dor intensa, pensa melhor.
Se estivermos sofrendo pela mesma dor há muito tempo, devemos identificar o momento de nos desapegarmos dela. É necessário sentirmos a dor apenas enquanto ela nos ajudar a aprender mais a nosso próprio respeito, ou seja, enquanto ela representar uma forma de ampliarmos a visão acerca de nós mesmos.
Parece óbvio que ninguém deseja se apegar à dor. Na realidade, porém, desapegar-se dela talvez seja um de nossos maiores desafios.
Aceitar a necessidade de abandonar um padrão emocional, mesmo que ele implique sofrimento, pode ser tão difícil quanto aceitar a morte de um ente querido, pois sentimos como se perdêssemos algo de nós mesmos. Em ambos os casos devemos aprender a fazer o luto. Como escreve Christine Longaker em Esperança diante da morte (Ed.Rocco): O processo de recuperação da nossa dor pode nos ajudar a viver de maneira mais plena e apreciar cada dia e cada pessoa, como uma dádiva insubstituível. No luto, devemos por fim nos desapegar da pessoa que se foi; no entanto, podemos manter o seu amor conosco. Não somos abandonados na perda; podemos nutrir nossas memórias de amor, e permitir que o amor continue fluindo na nossa direção. Do mesmo modo, quando nos separamos de um padrão emocional dolorido com o qual convivemos por tantos anos, devemos manter a consciência de sua importância em nosso processo de autoconhecimento: uma forma de gratidão pelo aprendizado.
Sogyal Rinpoche sugere o contato com a natureza como um potente método de pôr fim à dor: Um dos métodos mais poderosos que conheço para aliviar e dissolver o sofrimento é ir para a natureza, contemplar uma cachoeira, em especial, deixando que as lágrimas e a dor saiam de você e o purifiquem como a água que flui. Pode também ler um texto tocante sobre a impermanência ou o sofrimento, e deixar a sabedoria contida em suas linhas trazer-lhe consolo. Aceitar a dor e pôr-lhe fim é possível. (O livro Tibetano do Viver e Morrer, Ed. Talento )
Quando aceitarmos o fato de que podemos experimentar conscientemente nossa dor, então, estaremos prontos para nos liberar dela! Finalmente romperemos o hábito de autocomiseração e estaremos aptos para sermos felizes.
A intensidade da dor de uma emoção possui um tempo que lhe é próprio, mas que também tem seu fim. Se ela continuar presente depois de um tempo prolongado é porque a estamos invocando em demasia. É melhor pararmos de invocar essa dor e abrirmo-nos para o desconhecido, perguntando-nos: Como serei sem esta dor?
Muitas vezes encontramos justificativas nobres para não mudar, quando, na realidade, estamos é precisando ser mais sinceros com nossa fraqueza.
A sinceridade é um antivírus contra as interferências interiores e exteriores, pois quando somos sinceros não fazemos rodeios. A sinceridade nos dá coragem e abertura para lidar com qualquer situação, agradável ou desagradável. Desta forma, nos abrimos para o mundo. A falta de foco é um modo de nos protegermos das exigências do mundo, e de adiarmos nossa participação nele.
Ao saber quem somos, podemos adquirir a flexibilidade de perceber igualmente as nossas necessidades e as dos outros sem privilegiar nenhuma das partes. Assim, não estaremos amarrados a nós mesmos, nem nos confundiremos com os desejos dos outros.
Extraído do livro "O Livro das Emoções" de Bel Cesar, Ed. Gaia.
Bel Cesar é psicóloga e pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano.
Email: belcesar@ajato.com.br
A meta de transformar o sofrimento em autoconhecimento faz com que nos sintamos íntimos da nossa dor, tão próximos dela que, às vezes, sentimos pena de deixá-la. Eu me lembro claramente da primeira vez que senti nostalgia por perceber que uma dor emocional estava para acabar. Cheguei a perguntar para Gueshe Sherab: Será que sem esta dor continuarei aprendendo tanto quanto aprendi ao senti-la?. Ele riu e me respondeu: Você não precisa chamar a dor para evoluir, pode ter certeza que sempre haverá sofrimento suficiente para aprender algo com ele. Quando a mente não está sobrecarregada com uma dor intensa, pensa melhor.
Se estivermos sofrendo pela mesma dor há muito tempo, devemos identificar o momento de nos desapegarmos dela. É necessário sentirmos a dor apenas enquanto ela nos ajudar a aprender mais a nosso próprio respeito, ou seja, enquanto ela representar uma forma de ampliarmos a visão acerca de nós mesmos.
Parece óbvio que ninguém deseja se apegar à dor. Na realidade, porém, desapegar-se dela talvez seja um de nossos maiores desafios.
Aceitar a necessidade de abandonar um padrão emocional, mesmo que ele implique sofrimento, pode ser tão difícil quanto aceitar a morte de um ente querido, pois sentimos como se perdêssemos algo de nós mesmos. Em ambos os casos devemos aprender a fazer o luto. Como escreve Christine Longaker em Esperança diante da morte (Ed.Rocco): O processo de recuperação da nossa dor pode nos ajudar a viver de maneira mais plena e apreciar cada dia e cada pessoa, como uma dádiva insubstituível. No luto, devemos por fim nos desapegar da pessoa que se foi; no entanto, podemos manter o seu amor conosco. Não somos abandonados na perda; podemos nutrir nossas memórias de amor, e permitir que o amor continue fluindo na nossa direção. Do mesmo modo, quando nos separamos de um padrão emocional dolorido com o qual convivemos por tantos anos, devemos manter a consciência de sua importância em nosso processo de autoconhecimento: uma forma de gratidão pelo aprendizado.
Sogyal Rinpoche sugere o contato com a natureza como um potente método de pôr fim à dor: Um dos métodos mais poderosos que conheço para aliviar e dissolver o sofrimento é ir para a natureza, contemplar uma cachoeira, em especial, deixando que as lágrimas e a dor saiam de você e o purifiquem como a água que flui. Pode também ler um texto tocante sobre a impermanência ou o sofrimento, e deixar a sabedoria contida em suas linhas trazer-lhe consolo. Aceitar a dor e pôr-lhe fim é possível. (O livro Tibetano do Viver e Morrer, Ed. Talento )
Quando aceitarmos o fato de que podemos experimentar conscientemente nossa dor, então, estaremos prontos para nos liberar dela! Finalmente romperemos o hábito de autocomiseração e estaremos aptos para sermos felizes.
A intensidade da dor de uma emoção possui um tempo que lhe é próprio, mas que também tem seu fim. Se ela continuar presente depois de um tempo prolongado é porque a estamos invocando em demasia. É melhor pararmos de invocar essa dor e abrirmo-nos para o desconhecido, perguntando-nos: Como serei sem esta dor?
Muitas vezes encontramos justificativas nobres para não mudar, quando, na realidade, estamos é precisando ser mais sinceros com nossa fraqueza.
A sinceridade é um antivírus contra as interferências interiores e exteriores, pois quando somos sinceros não fazemos rodeios. A sinceridade nos dá coragem e abertura para lidar com qualquer situação, agradável ou desagradável. Desta forma, nos abrimos para o mundo. A falta de foco é um modo de nos protegermos das exigências do mundo, e de adiarmos nossa participação nele.
Ao saber quem somos, podemos adquirir a flexibilidade de perceber igualmente as nossas necessidades e as dos outros sem privilegiar nenhuma das partes. Assim, não estaremos amarrados a nós mesmos, nem nos confundiremos com os desejos dos outros.
Extraído do livro "O Livro das Emoções" de Bel Cesar, Ed. Gaia.
Bel Cesar é psicóloga e pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano.
Email: belcesar@ajato.com.br
O CORPO DE DOR
Enquanto não estiver conseguindo acessar o poder do agora, toda dor emocional que você experimenta, você deixa para trás um resíduo de tristeza que vive em você.
É misturado com a dor do passado, que já está lá, e está instalada em sua mente e em seu corpo. Isto, naturalmente, inclui a dor sofrida em sua infância, provocada pela inconsciência do mundo em que elas nasceram.
A dor é um campo energético negativo acumulado que ocupa o seu corpo e sua mente. Se você pensar nisso como uma entidade invisível com a sua própria razão de existir, você está bem perto da realidade.
É o corpo de dor emocional.
Você tem duas maneiras de ser: ativa e inativa. Uma dor do corpo pode permanecer inativa por 90% do tempo. No entanto, em uma pessoa profundamente infeliz, pode estar ativo em 100% do tempo.
Algumas pessoas vivem quase exclusivamente através de seu corpo, com dor, enquanto que outras a estão enfrentando, talvez apenas em certas situações, como no íntimo ligados ou situações passadas com perdas ou abandono físico ou emocional com feridas antigas, e assim por diante.
Tudo pode disparar, especialmente se ressoar com um padrão de dor do seu passado. Quando estiver pronto para acordar de seu estado de sono, até mesmo um pensamento ou um inocente comentário feito por alguém próximo a você pode ativá-la.
Algumas dores do corpo são extremamente desagradáveis, mas relativamente inofensivas, como uma criança que não para de chorar. Outras são mais perversas e destrutivas como monstros ou fantasmas reais. Alguns são fisicamente violentas, muitas são emocionalmente mais violentas.
Algumas vão atacar as pessoas próximas de seu ambiente, enquanto outras vão te atacar sozinho, como seu anfitrião.
Os pensamentos e sentimentos que você tem sobre a sua vida se tornam profundamente negativos. As doenças e os acidentes são muitas vezes criados desta forma. Algumas dores do organismo podem levar os seus convidados ao suicídio.
Fique atento a qualquer sinal de infelicidade em si mesmo, sob qualquer forma, pode ser o corpo-dor que está a acordar. Isto pode tomar a forma de irritação, impaciência, um estado de espírito sombrio, um desejo de mágoa, raiva, queixas, a depressão, uma necessidade de ter um drama no seu relacionamento, e assim por diante. Pegue-o na hora em que ele tentar acorda de seu estado de sono.
A dor-corpo quer sobreviver. Como qualquer outra entidade existe e só pode sobreviver se tiver quem, inconscientemente, se deixe identificar com ela. Então ela pode ser libertada, conquistar-te, tornar você, e viver.
Ela precisa ter o seu alimento através de você. Ela (a dor) vai tirar qualquer lição que ressoe com a sua própria energia, independentemente do que você pensa ser um pouco mais de dor, sob qualquer forma: raiva, destrutividade, ódio, tristeza, drama emocional, violência e doença.
De modo que o corpo-dor, quando você ganhou, vai criar uma situação que reflete em sua vida de volta a sua própria energia para alimentar a sua freqüência. A dor pode apenas alimentar-se de dor. A dor não pode comer isso. É bastante indigesta.
Assim que o corpo-dor tiver ganho mais sentimentos, você terá mais dor. Você vai se tornar uma vítima ou um criminoso.
Vocês querem causar dor ou querem sofrer a dor, ou ambos. Na realidade não há grande diferença entre os dois. Você não está ciente de tudo isto, naturalmente, e afirmou com veemência que não querem a dor. Mas, olhe de perto e você verá que o seu pensamento e sua atitude são concebidos para manter a dor para você ou para os outros.
Se você fosse verdadeiramente consciente desta situação, o padrão de vibração seria dissolvido, não a quereria mais, porque a dor é loucura, e ninguém pode podem ser conscientemente loucos.
O corpo-dor, que é a sombra escura projetada pelo ego, na realidade, ele está com medo em função da sua consciência. Receio que o que eles descubram. Sua sobrevivência depende do seu inconsciente identificar-se com ele, assim como o seu inconsciente medo de enfrentar a velha dor que vive em você.
Mas se nós não enfrentamos, se não trazermos a luz de sua consciência em direção à dor, você será forçado a vivê-la, uma e outra e outra vez. A dor de corpo pode parecer um monstro perigoso que você não pode ostentar a olhar diretamente, mas asseguro-vos que é um fantasma irreal que não podem defender contra o poder da sua presença.
Alguns ensinamentos espirituais afirmam que a dor é uma ilusão em última análise, e isto é verdade. A pergunta é: Será que é a verdade para você? Uma mera crença. Quer sentir dor para o resto de sua vida e continuar dizendo que é uma ilusão?
O que nos preocupa aqui é, como é que se conta para esse ser a verdade,ou seja, torná-la real em sua própria experiência.
Então, a dor-corpo não quero que você a observe diretamente e a veja como ela é. O momento que você a observa, ela se sente no domínio da energia dentro de você e toma sua atenção para então, a identificação ser quebrada.
Uma maior consciência da dimensão da mesma é como fazer um apelo para sua PRESENÇA. Agora você é a testemunha ou o observador do corpo-dor.
Isso significa que ele não pode mais usar você fingindo ser você, e você não pode alimentá-lo através de você.
Você encontrou a sua maior fonte de força interior. Você está inscrito para poder fazer isso agora.
Eckhart Tolle
Pesquisa de Fatima dos Anjos
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