As 3 Coisas Que Mais Temos Medo, Segundo Ezra Bayda
“Quando
alguma coisa nos entristece ou chateia, geralmente pensamos que tem
alguma coisa errada”, diz Ezra Bayda, professor do Zen Center San Diego,
(EUA). “E nós sentimentos isso mais verdadeiramente quando a
experiência é de medo”. Autor de quatro livros, entre eles o mais novo
“Zen Heart: Simple Advice for Living with Mindfulness and Compassion“,
Ezra explica em um artigo na revista americana Tricycle (“As Três Coisas
Que Mais Temos Medo“, The Three Things
We Fear Most) que acredita que todos os nossos sentimentos negativos vem
de três medos mais fundamentais: o medo de perder a segurança ou
controle, o medo da solidão e desconexão, e o medo de não ter valor.
Para Ezra, o primeiro obstáculo é perceber como o medo nos influencia.
“Geralmente não estamos conscientes da extensão que o medo ocupa nas
nossas vidas, o que significa que o primeiro estágio do trabalho com o
medo é reconhecer sua presença. Isso pode ser bem difícil, porque muitos
dos medos não são diretamente aparentes, como o medo que dirige nossa
ambição, o medo por trás da nossa depressão ou, talvez o maior de todos,
o medo por baixo da nossa raiva“. Ezra desenvolve sobre os três medos.
1. Medo de perder a segurança ou controle. Como envolve nossa
sobrevivência, e está ativado no nosso sistema límbico, a qualquer sinal
de dor ou desconforto, esse medo aparece. “Mas, na maior parte das
vezes, não há perigo real para nós; na verdade, nossos medos são
amplamente imaginários — que o avião vai cair, que seremos criticados,
que estamos fazendo errado”.
2. Medo da solidão e desconexão. É
um medo tão básico que muitos buscam amigos, relacionamentos e affairs
para preencher o vazio de estar sozinho, e essa necessidade acaba por
impedir que haja, por exemplo, uma intimidade real. Ezra faz um
questionamento fundamental: “Como podemos realmente amar alguém de
verdade ou ser íntimo desse alguém se estamos nos relacionando com ela a
partir dos nossos medos?”.
3. Medo de não ter valor. É um outro
medo que toma várias formas e aparece frequentemente, como o medo de não
ser percebido, de ser visto como um qualquer, de ser estúpido ao fazer
uma pergunta, de não merecer ser amado, etc. “Esse medo se reflete no
nosso comportamento, por exemplo, quando discutimos: para uns, o medo
impulsiona a continuamente e forçosamente se provar certo, enquanto para
outros, direciona para logo desistir pessimisticamente”.
Segundo
Ezra, não há antídoto para se sentir sempre seguro, valorizado e
conectado. O que se deve fazer é aceitar o medo, senti-lo, “residir”
nele — muitas vezes, o esforço para suprimi-lo e evitá-lo é muito maior
que o de senti-lo. “Temos que lembrar que o medo não é inimigo nem
obstáculo; não é um monstro real. Quando sentimos medo, precisamos nos
lembrar que ele é o nosso caminho; e quando verdadeiramente entendemos
isso, podemos recebê-lo dentro do grande espaço do coração”.
Texto de Nando Pereira in Dharmalog.com
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