sábado, 15 de novembro de 2014

MANIFESTO ANTI-ACOMODAÇÃO



Paula Brito - Psicóloga

“Somos todos iguais. Buscamos as mesmas coisas. É incrível como tantas vezes nos camuflamos debaixo de uma capa que não deixa que ninguém nos veja realmente. Procuramos as estrelas, mas não vemos o céu. Queremos conhecer o universo, mas nem nos conhecemos a nós próprios. Estamos debaixo da terra, num buraco bem fundo e não vemos nada.
Por isso é fácil fingir e de vez em quando escrever qualquer coisa que mostre a sensibilidade com que captamos a natureza das coisas à nossa volta. Vemos que as coisas não fazem sentido e então tentamos descrever o que vai no pensamento. Mas, apesar disso, nós também não saímos da roda das coisas fúteis em que estamos metidos.
E porquê? Será assim tão difícil fugir disto tudo?”(*)

É difícil e muito poucas pessoas o fazem. Abandonar todas as nossas seguranças, deixar de fazer tudo aquilo que não faz sentido e nos entregar à vida é muito difícil. Gera uma guerra interior. Queremos nos libertar, mas há algo que nos impede…
“Gostava de ser eu mesmo. De me libertar das palavras dos outros, de flutuar no espaço e no tempo. Não tenho tempo. Roubam-me o tempo. Todos querem saber de algo que eu faço e eu só queria uma oportunidade para viver. Estou farto de ouvir um milhão de vozes sempre dizendo o que devo fazer. Quero ser livre.” (*)
Quem nunca pensou isto? Crescemos demasiado aprisionados e quando conseguimos nos libertar, pagamos bem caro por essa libertação. No entanto, o preço a pagar é incontestavelmente menor que aquilo que ganhamos com essa liberdade.
A vida só faz sentido se for vivida consoante aquilo em que acreditamos. Consoante ao que nós queremos fazer e não quando fazemos o que os outros nos dizem para fazer. Não podemos deixar de ser o que realmente somos.

(*) Citações do livro “Onde está o branco em ti”, de Ricardo Antunes, Editora Quinta Essência.

(integracaoholistica.blogspot.com)

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