Superproteção aos filhos gera insegurança
Júlia Manglano
sexta-feira 19/09/14
Segundo a psicóloga Maria José
Soler,da Universidade Autônoma de Madri, a superproteção chega a ser uma
forma de mau trato infantil, porque toda criança necessita, além do
amor incondicional e cuidados dos pais, critérios claros e consequências
para seus atos.
No último post, falamos da importância de se educar os filhos para a independência.
Quanto mais independentes, mais autoconfiantes e livres serão. Responsabilidade e liberdade andam de mãos dadas.
Dentro desse contexto, vamos falar de uma tendência muito comum: a da superproteção das crianças.
Superproteger é atuar de forma oposta à educação para a independência e liberdade.
É como se os pais dissessem constantemente aos filhos que eles são incapazes.
Vejamos alguns exemplos:
A criança já pode colocar os brinquedos no lugar, mas são os pais que acabam recolhendo todos espalhados pela casa.
A criança se recusa a jantar e depois mais tarde, de noite, a mãe se levanta e prepara um lanche para ela.
A mãe com medo da pequena se machucar não a deixa correr no parque, nem subir sozinha nos brinquedos.
A criança esqueceu de levar o caderno da lição de casa e os pais o
levam para a escola, em vez de deixá-la sofrer as consequências na aula.
Assim ela provavelmente continuará a esquecer seus materiais escolares
em casa. Os pais não deixaram que ela se tornasse mais responsável.
Os pais superprotegem quando não deixam que as crianças façam as
coisas por si mesmas e, pior, sempre resolvem seus problemas e não
deixam que sofram nenhuma consequência negativa de eventuais decisões
erradas.
Dessa forma, as crianças crescem inseguras e sem a capacidade de aprender a partir das consequências de suas atitudes.
Segundo a psicóloga Maria José Soler,da Universidade Autônoma de
Madri, a superproteção chega a ser uma forma de mau trato infantil,
porque toda criança necessita, além do amor incondicional e cuidados dos
pais, critérios claros e consequências para seus atos.
Precisam de limites adequados para poderem crescer na capacidade de
tomarem decisões de forma acertada, que levem ao bem, percebendo seus
direitos e os direitos dos outros.
A superproteção pode ser causa de um falso sentimento de pena e de
culpa, porém essa aparente ajuda aos filhos é muito danosa para eles,
porque transmite a mensagem de que são incapazes e irresponsáveis.
Crianças superprotegidas desenvolvem sentimentos do tipo: não posso, não consigo e não sei.
Por isso, é importante os pais superarem eventuais sentimentos de
superproteção e deixar que os filhos vão gradativamente tomando decisões
sozinhos e não fazerem tudo por eles, privando-os de qualquer
sofrimento ou frustração.
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