Pavão, pássaro sagrado
encontrei no blog Ponto OM este artigo interessante que vale a pena conferir:
Sacred bird of Yucatan - Vladmir Kush |
A ave do Paraíso, o "animal de cem
olhos", símbolo da visão de Deus pela alma. Não é só pela impressionante
harmonia de suas formas e pela exuberância de suas cores que o pavão é
um animal constantemente associado à beleza e à perfeição. É também por
seu comportamento altivo e majestoso que o animal conquistou este posto.
Mas, além disso, o pavão guarda outros símbolos mais profundos consigo.
Antigamente acreditava-se que esta ave (que se alimenta de vermes,
insetos, sementes e frutos) seria imune a plantas e animais venenosos,
sendo capaz de transformar as toxinas que ingere nas cores radiantes de
suas penas.
Pavão indiano - Wikipedia |
Na Índia, o pavão já foi considerado
um animal sagrado. Quem matasse um deles seria condenado à morte. Hoje
esse costume não existe mais, porém dezenas de pavões andam livremente
por certos templos hindus e são alimentados pelos sacerdotes.
fonte da imagem:Darma.info |
No budismo tibetano,
o pavão simboliza o bodisatva, aquele que transcende os venenos
emocionais como a raiva, o ciúme, a inveja e é capaz de viver entre as
"pessoas comuns", ajudando-as a alcançar a iluminação, sem se deixar
contaminar pelo mundo.
Na Grécia Antiga, o pavão era um dos
animais de Hera, deidade que regia o casamento. Eles acreditavam que por
essa ligação com a deusa Olímpica, seu corpo não se corrompia após a
morte. Tal crença foi inclusive adotada pelo cristianismo até a época de
Santo Agostinho.
Uma curiosidade, é que todo ano,
durante o Inverno, as penas do pavão caem para que nasçam outras novas,
recuperando seu esplendor durante a primavera. Por este motivo, a ave se
tornou símbolo de renovação e mudanças favoráveis, bem como da
imortalidade e do renascimento. Os primeiros cristãos adotaram o pavão
como símbolo da ressurreição e representaram-no diversas vezes bebendo
do cálice eucarístico.
Na China e no Vietnã o pavão é signo
de fertilidade e prosperidade. Na tradição sufi, ramo esotérico do
islamismo, o pavão possui um importante papel iconográfico. Os sufis
contam que quando a Luz se manifestou e o Self (o Eu Superior) viu sua
imagem refletida num espelho pela primeira vez, ele viu um pavão com sua
cauda aberta. Uma bonita história que tenta traduzir a magnificência e a
pureza do Eu Superior através da figura do pavão.
Google images |
Os
"olhos" na cauda do pavão abrem um leque de interpretações e
significados. Ainda segundo o sufismo, eles representam as virtudes
espirituais irradiadas pelo Olho do Coração. Já a Teosofia considera o
pavão como um “Emblema da inteligência de cem olhos e, também, da
Iniciação. É a ave da Sabedoria e do Conhecimento Oculto", segundo o
Glossário de Helena Blavatsky. O "olho" da pena do pavão também é
associado à glândula pineal, fazendo dela um símbolo sagrado. Ainda hoje
essas penas são usadas como talismãs e proteção contra maus espíritos.
O Pavão e as Deusas
imagem: Hera - Pagan pages |
De acordo com a mitologia grega, o
pavão era o animal de Hera e ganhou suas marcas em formato de olho
graças a uma mulher chamada Io. Ela era sacerdotisa de Hera, esposa de
Zeus. Zeus se apaixonou por Io e a transformou em uma novilha para
protegê-la da ira e do ciúme de Hera. Hera ficou desconfiada e pediu a
Zeus que lhe desse a novilha de presente. De posse do animal, Hera
incumbiu Argus,
homem coberto de olhos, de vigiar Io. Zeus, então, enviou um mensageiro
para resgatar a sacerdotisa, matando Argus. Como uma homenagem a Argus,
Hera colocou seus "olhos" no pavão.
Saraswati and peacock - Birch Blooms |
Saraswathi é a deusa hindu da
sabedoria, da fala, da poesia, da música e dos estudos, e é quase sempre
representada ao lado de seu pavão, algumas vezes ao lado de seu cisne.
Na simbologia de Saraswathi o pavão possui, surpreendentemente, um
significado diferente de todos os outros. Com sua linda plumagem, ele
representa o mundo em toda sua glória e a ignorância (avidya) advinda da
ilusão mundana. Já o cisne, com sua capacidade de separar o leite das
águas, representa a sabedoria (viveka) e o conhecimento (vidya). O pavão
sentado perto de Saraswathi está ansiosamente esperando para servi-la
como veículo. Mas, por seu comportamento imprevisível e seu humor
influenciado pelas mudanças do tempo, Saraswathi utiliza o cisne como
veículo e não o pavão. Com isso, a imagem tenta dizer que devemos
superar a ansiedade e a inconstância para utilizar bem o conhecimento.
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Enquanto procurava por imagens de pavão, encontrei a fonte do texto acima no livro de Carminha Ley "A Sabedoria dos Animais":
por Carminha Levy
http://setasparaoinfinito.blogspot.com.br/search/label/Saraswati
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