A
Medicina Tradicional Chinesa (MTC) também conhecida como medicina
chinesa (em chinês: Zhõngyí xué, ou Zhõngao xué), é a denominação
usualmente dada ao conjunto de práticas de Medicina Tradicional em uso
na China, desenvolvidas ao longo dos milhares de anos da sua história.
A Medicina Chinesa originou-se ao longo do Rio Amarelo, tendo formado
a sua estrutura académica há muito tempo. Ao longo dos séculos, passou
por muitas inovações em diferentes dinastias, tendo formado muitos
médicos famosos e diferentes escolas. É considerada uma das mais antigas
formas de Medicina Oriental, termo que engloba também as outras
medicinas da Ásia, tais como os sistemas médicos tradicionais do Japão,
Coreia, do Tibete, da Mongólia e da Índia.
A
Medicina Chinesa (MTC) fundamenta-se numa estrutura teórica sistemática
e abrangente, de natureza filosófica. Tendo como base o reconhecimento
das leis fundamentais que governam o funcionamento do organismo humano, e
sua interacção com o ambiente segundo os ciclos da natureza, procura
aplicar esta abordagem tanto ao tratamento das doenças quanto á
manutenção da saúde através de diversos métodos.
Inscrições em ossos e carapaças de tartarugas das dinastias Yin e
Shang, há 3.000 anos evidenciam registos medicinais, sanitários e uma
dezena de doenças. Segundo registos da dinastia Zhou existiam métodos de
diagnósticos tais como: a observação facial, a audição da voz,
questionamento sobre eventuais sintomas, tomada dos pulsos para
observação dos Zang-fu (órgãos e vísceras), assim como indicações para
tratamentos terapêuticos como a acupunctura ou cirurgias. Já por essas
épocas incluía nos seus princípios o estudo do Yin-Yang, a teoria dos
cinco elementos e do sistema de circulação da energia pelos Meridianos
do corpo humano, princípios esses que foram refinados através dos
séculos seguintes. Nas dinastias Qin e Han haviam sido publicadas obras
como “Cânone da Medicina Interna do Imperador Amarelo” (Huangdineijing)
considerada actualmente como a obra de referência da medicina chinesa.
Existem muitas obras médicas clássicas famosas que nos chegaram do
passado: “Cânone sobre Doenças Complicadas”, “Sobre diversas doenças e a
febre Tifóide”, “Sobre a Patologia de Distintas Doenças”, etc. O
“código das Fontes Medicinas do Agricultor Divino” é a mais famosa e
antiga obra sobre fármacos na China. Uma delas destaca-se pela sua
importância o “Compêndio das Fontes Medicinais”, em 30 volumes escrita
por Li Shizhen, da dinastia Ming, é a mais importante na história da
China, e obra de referência a nível mundial na área da fitoterapia.
A
acupunctura conhece reformas importantes na dinastia Song (960 a.C –
1279 a.C) impulsionadas principalmente pelo médico Wang Weiyi que
publicou “Acupunctura e os pontos do Corpo Humano”. Moldando duas
estátuas em bronze do corpo humano a fim de ensinar aos seus alunos as
técnicas da acupunctura, acelerando assim o seu desenvolvimento. No
século XX, Mao Tze Tung, oficializou o ensino da Medicina Chinesa a
nível universitário e a sua divulgação por toda a china, criando-se
muitas universidades e hospitais para a prática da medicina chinesa,
considerada na altura um recurso valioso e acessível para a saúde
publica.
Actualmente são oito os principais métodos de tratamento da Medicina Tradicional Chinesa:
- Fitoterapia chinesa (fármacos)
- Acupunctura
- Tuina ou Tui Ná (massagem e osteopatia chinesa)
- Dietoterapia (terapia alimentar chinesa)
- Auriculoterapia (tratamento pela orelha)
- Moxabustão
- Ventosaterapia
- Práticas físicas (exercícios integrados de respiração e circulação
de energia, e meditação como: Chi Kung, o Tai Chi Chuan e algumas artes
marciais) consideradas métodos profiláticos para a manutenção da saúde
ou formas de intervenção para recuperá-la.
O Diagnóstico na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é a herança
deixada pelos antigos médicos chineses, que através dos tempos foram
melhorando a anamnése, ultrapassando algumas dificuldades e legando o
seu saber ás gerações vindouras. O diagnóstico da Medicina Chinesa,
embora aparentemente simples, é muito eficaz – as observações a serem
feitas incluem observar, ouvir, cheirar, perguntar e tocar, destacam-se
no diagnóstico a observação da língua e o exame do pulso, prática esta
que demoram alguns anos a ser completamente dominado pelo especialista
em MTC mas que fornecem informações preciosas e exactas sobre a condição
de saúde do paciente.
A
Medicina Chinesa, que se conhece bastante mal no Ocidente, salvo o
aspecto muito limitado da Acupunctura, merece um lugar muito particular
dentro do leque amplo e diverso das medicinas alternativas. Vejamos
porquê: É a única medicina que tem uma existência contínua, quanto aos
seus fundamentos desde há mais de 2000 anos, é reconhecida pelo estado
Chinês em igualdade com a prática da Medicina Moderna. É reconhecida
pela OMS da ONU características que não reparte com nenhum outro sistema
médico ao permitir-se estar dentro das concepções filosóficas e
energéticas que lhe deram sustentação através dos tempos e integrar os
métodos de validação da ciência Moderna.
Algumas Medicinas Orientais tais como a medicina Tibetana ou
Ayurvédica, têm uma origem muito antiga, e o seu interesse é
indiscutível mas são praticadas em pequena escala quase nunca em meio
hospitalar e são raras as validações internas nos países de origem. Pelo
contrário a MTC, ainda que sendo tão antiga e tradicional como elas,
evoluiu para se adaptar ás necessidades do mundo moderno. É praticada em
hospitais especializados ou mistos que contam paralelamente com todos
os serviços que se pode encontrar num hospital Europeu. Existem unidades
de investigação científica que permitem experimentá-la e validá-la.
Assim, por exemplo, nas Universidades Estatais de Medicina Chinesa,
ensinam-se aos futuros médicos teorias e métodos fundamentais dos textos
milenares, paralelamente as técnicas de investigação ou de cuidados
clínicos procedente á medicina moderna. Esta abordagem prática do ensino
médico, é um dos aspectos que contribuem no interesse, a originalidade
do carácter perene da Medicina Chinesa.
Por outro lado, a Medicina Chinesa tem um campo de aplicação muito
amplo, porque pratica-se há muitos séculos no maior país do mundo em
termo demográfico. Isto confere-lhe uma experiência única, primeiro,
empírica e depois científica. Finalmente, a Medicina Chinesa é um
sistema completo e não uma simples técnica médica de aplicações
limitadas, pois o campo da Medicina Chinesa é extremamente amplo: da
farmacopeia á acupunctura, da dietética á cirurgia popular, das
massagens á ginecologia, da medicina interna aos métodos de reanimação.
De facto encontram-se praticamente as mesmas especialidades que na
Medicina Ocidental, não obstante, numa compartimentação menos restrita e
limitante devido á sua abordagem mais global da enfermidade e das suas
causas. Isto permite afirmar que a Medicina Chinesa, como a Medicina
Ocidental, possui uma experiência de um estatuto oficial, e ao mesmo
tempo, uma abordagem mais humanista e mais global do ser humano, da
saúde e da enfermidade.
Acupuntura
A Medicina Tradicional Chinesa ( MTC) consta basicamente de seis técnicas complementares: Meditação; Dietética Energética; Fitoterapia; Shiatsu, Acupuntura; Moxabustão; (veja aqui o que diz a ciência sobre os benefícios da acupuntura)
A Energia Vital
A energia vital, ou Ki, (Chi),
que recebemos primeiramente dos nossos pais, e ao longo da vida
absorvemos do ar, água e dos alimentos que ingerimos, é a energia da
vida, ela possui em si duas polaridades complementares: A positiva,
expansiva, superficial, quente - (YANG) e a negativa, contrativa,
profunda, fria - (YIN).
Ambas estão representadas pelo símbolo do Tao.
Yin
e Yang fluindo em perfeita harmonia,em perfeito fluxo de transformação,
sem absolutismo, já que Yin nasce do Yang, e Yang nasce do Yin.
A
energia vital Ki, circula pelos meridianos, que são "canais" de energia
vital, são formados a partir do instante da fecundação, e vão
juntamente com o desenvolvimento do embrião, se tornando mais e mais
complexos.
Quando
do nascimento, o organismo está pleno de conexões dos canais vitais,
que por terem as mesmas origens embrionárias dos órgãos, vísceras, eles
conectam a pele, (origem do ectoderma) com os órgãos e/ou vísceras (
origem do endoderma ou mesoderma).
Com isso, a Acupuntura nasce dessa conexão externo-interno.
Quando
se estimula com agulhas muito finas determinado ponto na pele, está na
verdade se estimulando um determinado órgão ou vísceras internos.
Da
mesma forma, caso um órgão ou víscera esteja em desequilíbrio interno, a
região emergente do meridiano correlato na pele, estará dolorida ou
congestionada.
Trata-se
de um tratamento de auto-cura, de auto-equilíbrio, já que nenhuma
substância é introduzida no organismo. Ocorre apenas o estímulo
(positivo ou negativo) de um determinado ponto, á fim de que o
órgão/víscera relacionados recebam o estímulo/sedação, e o equilíbrio
seja restabelecido.
A
acupuntura é hoje em dia uma terapia mundialmente encontrada, e na
maioria das vezes, pode ser usada juntamente com os tratamentos médicos
convencionais.
A
acupuntura também avalia a correlação do micro-cosmo do organismo, com o
macro-cosmo do planeta. Por isso também são avaliados a harmonia dos 5
Elementos encontrados no planeta com os órgãos/vísceras internos.
Terra, Água, Fogo, Ar e Madeira, são os cinco elementos que se relacionam respectivamente:
* Terra- Estômago, Baço-Pâncreas
* Água- Rins, Bexiga
* Fogo-Coração, Intestino Delgado
* Ar-Pulmão, Intestino Grosso
* Madeira-Fígado, Vesícula Biliar
As
estações do ano, fases da lua, também são observadas, pois como o
organismo é "permeável" as estações climáticas, existe uma forte relação
entre a época do ano, e a vibração da energia vital nos diferentes
órgãos/vísceras internos.
Como
o organismo é Um, inteiro, indivisível, temos regiões do corpo em que
existem representação de todos os órgãos e sistemas. Regiões como o
pavilhão auricular, a sola dos pés e as mãos, deram origem a algumas
sub-divisões dentro do universo da acupuntura tradicional sistêmica.
Com isso nasciam a Auriculoacupuntura, a Reflexologia podal (veja mais abaixo), e a Quiroacupuntura (acupuntura nas mãos/dedos ) e a Fisiognomonia ( avaliação pelos aspectos/aparência do rosto e face - veja abaixo),todos amplamente usados hoje em dia e com resultados igualmente positivos.
Alimentação
A
Medicina Tradicional Chinesa, utiliza outras ferramentas terapêuticas,
como a Dietética Energética que tem como fundamento a harmonização do
organismo pelos alimentos.
Os
alimentos são avaliados em função da energia vital Yin / Yang, e dos
cinco elementos, além das suas combinações, formas de cozimento,preparo,
etc., são indicados caso a caso, para a pronta recuperação da saúde, e
manutenção do equilíbrio.
Fitoterapia
São
mundialmente famosos os tratamentos fitoterápicos chineses. Utilizam
uma infinidade de plantas, além de produtos de origem animal e mineral,
com suas combinações complexas, que tem por objetivo o restabelecimento
do equilíbrio vital do organismo.
A
fitoterapia é uma ferramenta poderosa dentro da medicina chinesa,
aliada a acupuntura, os tratamentos são convergentes e se potencializam,
visando uma recuperação mais rápida do paciente.
Shiatsu
O
shiatsu, é uma massagem feita com uma leve pressão com os dedos
polegares, que seguem a mesma direção e sentido dos meridianos de
acupuntura.
O shiatsu desbloqueia os pontos congestionados dos meridianos, e "prepara" o organismo para receber as agulhas de acupuntura.
Trata-se
de uma massagem relaxante, por vezes mais intensa dependendo do caso,
mas em geral, só o shiatsu já causa um enorme bem-estar e um desbloqueio
energético importante, uma vez que todos os meridianos são estimulados,
e o sentido do fluxo energético é respeitado.
Com isso, já existe uma melhora circulatória e um aumento da drenagem linfática do organismo.
O Do-in
é uma forma de massagem focal, em pontos específicos de acupuntura, que
através dos movimentos circulares, visa o desbloqueio manual dos pontos
congestionados do organismo e a recuperação do fluxo energético
natural, com o alívio das dores e sintomas.
Moxabustão
Trata-se
do uso do calor infravermelho ( seja através dos bastões aquecidos de
artemísia, seja através dos modernos aparelhos de moxa elétricos) o
calor é colocado direcionado para determinados pontos de acupuntura, (
sem tocar a pele) em que se necessita de mais energia Yang.
A
emissão de raios infravermelhos, causa um alívio instantâneo, além de
ser um anti-inflamatório natural e de acelerar o fluxo energético nos
meridianos afetados do paciente.
Amplamente
utilizada, a moxabustão ganha mais e mais adeptos a cada dia, já que se
trata de um tratamento indolor, relaxante e muito utilizado em crianças
e idosos.
Hoje em dia também é possível tratarmos nossos animais com milenar terapia da acupuntura.
Muitos
veterinários já estão tratando dos animais ( sejam domésticos ou mesmo
animais de grande porte ) com acupuntura e moxabustão.
A
resposta é satisfatória e o alívio de sintomas evidente na grande
maioria dos casos, além de poder ser usado juntamente com o tratamento
convencional.
A Reflexologia Podal
É uma técnica de massagem nos pés,
originária do Egito 2.500 a.C. Tornou-se popular sua prática
e aprimoramento na China aproximadamente 5.000 a.C. Bastante
divulgada no mundo, a reflexologia é o estudo dos pontos
reflexos, mais conhecida como uma técnica de massagem nos
pés em pontos específicos.
Cada um destes pontos
são conectados com os meridianos, estes são os canais por
onde flui a energia vital no interior do nosso corpo físico.
Quando esses pontos passam ser estimulados corretamente,
eles ativam o fluxo de energia vital direcionando para os
órgãos e assim estabelece o equilíbrio do nosso organismo.
Reflexologia podal é uma massagem preventiva,
ajuda manter o
equilíbrio vibracional e conseqüentemente manter a nossa
saúde.
O Objetivo da Reflexologia é promover a harmonia do corpo,
da mente e das nossas emoções.
A energia cósmica vital, conhecida como ch’i, flui no nosso
corpo físico e energético.
Quando estamos em harmonia com
essa energia temos mais saúde, equilíbrio e bem estar
físico, mental e espiritual.
A massagem nos pontos específicos dos pés ajuda-nos no
alívio das tensões e faz com que a energia flua
positivamente.
Caminhar descalço também massageia naturalmente
todos os pontos da reflexologia,
e gera o relaxamento e o bem estar.
Fisiognomonia
Dentro do universo da medicina tradicional chinesa, encontramos também a Fisiognomonia, isto é, a avaliação dos órgãos internos e vísceras acopladas pela expressão, aspecto e envelhecimento do rosto. Os
antigos médicos chineses faziam diagnósticos médicos apenas olhando
para a pessoa. Sabiam sobre seus costumes, personalidade, hábitos, pois tudo estava traçado em seus rostos.
Segundo eles, cada
órgão do corpo humano é associado a um elemento. O fígado e os órgãos
associados, os (tendões, os olhos) são do elemento madeira; o coração e os órgãos associados (os vasos sanguíneos, a língua) são do elemento fogo; o baço e os órgãos associados
(os músculos, a boca) são do elemento terra; os pulmões e os órgãos
associados, a (pele, o nariz) são do elemento metal; o rim e os órgãos associados, (os ossos, o ouvido) são do elemento água.
Veja a correlação das áreas faciais e as disfunções orgânicas.
1)
Desgaste orgânico por motivo emocional: Linha de expressão na região da
testa indica excesso de trabalho mental e preocupação.
2) Glândula Supra Renal: a Forma e posição da sobrancelha - Quando caídas denotam sinal de cansaço.
3)
Fígado e Vesícula Biliar: Região edemaciada e/ou avermelhada pode
indicar uma congestão do fígado. Linhas de expressão demonstram
uma
disfunção ou sobrecarga por substâncias que agridem a função do fígado e
vesícula. Tendência a irritabilidade, raiva, tensão,
frustração, depressão e dificuldade para tomar uma decisão.
4)
Sistema endócrino: Os conhecidos "pés de galinha" são sinais de
desgaste em determinados órgãos devido a alterações hormonais.
5) Coração: Quando há edemas ou vermelhidão pode indicar problemas de circulação, podendo afetar a memória e sono.
6) Grande Circulação: A face pálida e sem vida indica debilidade e necessidade de nutrientes.
7)
Pulmões: Coloração mais escura, edema, descamação, oleosidade
excessiva. Pessoas com tendência ao desânimo, apatia e tristeza.
8)
Estômago e intestino delgado: Coloração mais escura, edema, descamação e
linhas de expressão. Estes sinais indicam pessoas com
tendência a preocupação excessiva e estresse, frequentemente demonstram constipação.
Rachaduras indicam fermentação e mau estado geral do estômago.
Edema: estomago hiperativo e acidez excessiva.
Linhas de expressão desgaste ou desfunção.
9) Desgaste metabólico: Demonstra o desgaste físico, sendo que a causa pode ser excesso de trabalho pesado, alcoolismo, abusos
alimentares, ingestão de medicamentos, vida noturna intensa, etc.
10) Rins e Bexiga: Sinal nesta região demonstra predominância de medo e ansiedade. Edema: Rins sobrecarregados.
Coloração escura: Deficiência energética devido desgaste das funções renais.
11) Sistema Reprodutor: Apresenta características hereditárias e condições funcionais. Representa o aparelho genital e sistema
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