Pilates estimula desenvolvimento da consciência corporal e mental de idosos
Pilates pode ser um ingrediente importante para o estilo de vida, ajudando até mesmo a evitar a deterioração do cérebro.
Neuroplasticidade é uma área moderna da saúde que se dedica a estudar
a capacidade que o cérebro tem de modificar sua estrutura e suas
funções, de acordo com estímulos, mas também em razão de experiências
anteriores. Estes estudos têm revelado importantes perspectivas de
reabilitação e de prevenção de doenças neurológicas.
Segundo a fisioterapeuta Marcela Fonseca Batistuta, o estudo da
neuroplasticidade demonstra que os cérebros das pessoas mais velhas não
degeneram, mas têm uma evolução particular, de acordo com a atividade
que realizam. “Isso é o que torna essas pessoas ‘sábias’ quando chegam à
velhice. Essa área, também conhecida como plasticidade cerebral, é a
capacidade de remapeamento das conexões das nossas células nervosas. O
processo nos ajuda a aprender continuamente. Ela se refere à maneira que
o nosso cérebro age e reage à medida que experimentamos uma mudança em
nosso ambiente ou desenvolvemos alguma habilidade. Ou seja, o cérebro
muda de forma de acordo com as áreas que mais utilizamos”, esclarece.
A especialista destaca que, à medida que envelhecem, ocorre
naturalmente uma deterioração maior no hemisfério direito do cérebro de
uma pessoa do que no esquerdo. “Isto acontece porque a maioria das
pessoas usa mais o hemisfério esquerdo, que é o encarregado de colocar
em ação tarefas já aprendidas e consolidadas. Para aprender algo,
necessitamos mais do hemisfério direito, mas quando alcançamos certo
nível de perícia, essas atividades passam a ser controladas pelo
hemisfério esquerdo.
Ao longo da vida, acumulamos um repertório de destrezas cognitivas,
ou seja, habilidades e a capacidade de reconhecer padrões, o que nos
permite abordar novas situações com familiaridade. É o que popularmente
chamamos experiência”, afirma Marcela.
A fisioterapeuta ressalta que, sendo assim, à medida que
envelhecermos, a atividade mental estará mais dominada pelas “rotinas
cognitivas” ou, em outras palavras, pelo “piloto automático”. “Isto não é
ruim, pois permite resolvermos problemas complexos com o reconhecimento
instantâneo de padrões. Sem muito esforço, resolvemos problemas que
podem representar um verdadeiro desafio para uma mente mais jovem.
Porém, a estimulação cognitiva, através de exercícios de Reeducação
Postural Global (RPG), osteopatia e Pilates, obriga o cérebro a utilizar
o hemisfério direito, sendo um ingrediente importante para o estilo de
vida, ajudando até mesmo a evitar a deterioração do cérebro”, revela a
especialista.
Isto significa que uma vida mental intensa desempenha um papel
essencial no bem-estar cognitivo, especialmente nas etapas mais
avançadas da vida. “Estas técnicas têm essa característica e são cada
vez mais exploradas por recrutar áreas do cérebro antes adormecidas,
porque exige concentração para execução de exercícios desafiadores e
cada vez mais progressivos para a coordenação motora e o equilíbrio, em
razão do estímulo ao desenvolvimento de uma consciência corporal”,
completa Marcela Batistuta.
Fonte: jmonline.com.br
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