Rûmî,
poeta místico comparado a Dante e Shakespeare, ganha tradução
Reprodução |
Mirna
Grzich
Maulâna
Jalal ad-Din Rûmî é o maior poeta do Sufismo, tradição religiosa
que vem do Islamismo. Nascido na Pérsia, Rûmî viveu entre 1207 e
1273 e é o legado mais importante de uma cultura e de uma religiosidade
que se baseiam nos princípios da paixão e da entrega. A Sombra
do Amado (Editora Fisus, 135 págs., R$ 23), pela primeira vez
traduzido no Brasil, reúne poemas que mostram a capacidade amorosa
de um coração e conduzem o leitor ao êxtase a à embriaguez do amor
em todas as suas formas.
No
Sufismo, o amor a Deus é comparado ao humano. É interessante saber
que o amor que gerou esses poemas foi castigado: Rûmî já era um
grande mestre sufi, com milhares de discípulos, quando conheceu
e se apaixonou perdidamente por outro mestre, chamado Shams. Enlevados,
eles passavam os dias contemplando o amor divino através do amor
que sentiam um pelo outro. “Meu coração está em fogo”, canta um
dos versos. Infelizmente, tudo termina em tragédia: Shams morre
assassinado por um discípulo enciumado da atenção que Rûmî dedicava
ao amado.
Comparado
a Shakespeare e a Dante, Rûmî ganhou uma elaborada tradução para
o português. O estudioso Marco Lucchesi praticamente recriou toda
a sua poética em uma tradução que se eleva a um patamar luminoso:
imagens, sonoridade e ritmo perfeitos. Como por exemplo, nos versos:
“Ergue-se o fogo, deita-se a água, e ela, tão leve, dissolve o fogo.”
A Sombra do Amado não é um livro com grande vocação a tornar-se
popular. Não é uma literatura mística e erótica comum, muito embora
Rûmî esteja se tornando cada vez mais conhecido nos Estados Unidos
e na Europa. É o poeta preferido do famoso médico indiano, Deepak
Chopra, e das atrizes Madonna e Demi Moore, que produziram um disco
com vários artistas declamando seus poemas, A Gift of Love,
traduzidos por Coleman Barks, com fundo musical de new age e world
music. Para apaixonados
fonte : www.terra.com.br/istoegente
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