quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Desprenda-se de um amor morto, para salvar a sua capacidade de amar!



 
Todos sabem que sou defensora absoluta do coração aberto e disponível para o amor! E apesar deste título e de tudo o que escreverei aqui, minha opinião continua a mesma. No entanto, preciso reconhecer que em determinados momentos de nossas vidas, o melhor é fechar o coração para um balanço geral...

Quando nos entregamos ao amor de forma inteira e irrestrita, experimentamos algumas das mais profundas sensações, desde as mais sublimes e maravilhosas, até as mais duras e dolorosas... Entramos em contato com sentimentos novos e difíceis e temos de aprender a lidar com o inexplicável, o humanamente inexplicável...
Tudo isso já seria o suficiente para compreendermos o risco que corremos, mas ainda existe mais um fator a ser considerado: o outro, a pessoa amada! Se já é tão difícil entendermos nosso próprio coração, imaginem o coração do outro...
Cada pessoa está no seu próprio caminho, caminhando num ritmo particular, carregando seus próprios medos e somente cada um de nós pode saber o quanto realmente estamos de coração aberto, o quanto estamos dispostos a superar os obstáculos e ir adiante... ou não!

E é exatamente por sermos indivíduos, singulares, ímpares e essencialmente solitários que o amor se torna um grande desafio, talvez o maior de todos! Porque não há nada mais delicado e sensível e, ao mesmo tempo, forte e avassalador do que dois corações tomados de amor; de um amor que só cresce e só perdura se os dois conseguirem sincronizar seus ideais, acolher seus medos e aprender com a dor...
Diante de tamanha aventura, acredito que esta seja a engrenagem do amor, a máquina que o faz girar... ou parar! Porém, ainda mais difícil que conseguir manter dois corações num mesmo ritmo, em sintonia, creio que seja conseguir fazer essa engrenagem parar de forma sincronizada.

Geralmente, quando um pára, o outro ainda continua e o estrago pode ser muito grande. Por isso, quando amamos uma pessoa, precisamos ser responsáveis até no momento em que deixamos de amá-la, pois somente assim o que foi vivido fará sentido, terá valido!
Terminar um relacionamento é como morrer, mas sempre, sempre com a certeza de que é possível renascer... mais maduro, mais preparado e mais forte. Porque morre a flor, mas jamais a semente! Morre o amor, mas jamais a capacidade de amar!

Mas como suportar a dor de morrer?! Como superar a angústia e o desespero de se ver morrendo?! Simplesmente morrendo... esvaziando-se, entregando-se e aceitando a morte! Quanto mais resistimos, quanto mais tentamos nos agarrar à flor morta, mais sofremos e mais tempo doemos e mais prolongada se torna a morte inevitável!

Se o seu coração ama, mas não é correspondido, então não há o que amar. Amor só existe se compartilhado e trocado. Amor sozinho não é amor, é apego à uma flor morta! Renda-se, entregue-se, solte-se no abismo da tristeza e da morte, por mais medo que isso possa lhe causar. Porque a possibilidade de renascer está, com certeza, depois do abismo!

Recebo muitas mensagens de pessoas que estão presas às suas flores mortas há anos, enterradas num sofrimento absurdo, sem saberem o que fazer para saírem dessa dor, para vislumbrarem uma nova oportunidade de amor...
Esta é a minha resposta: solte-se, desprenda-se da flor morta. Esqueça a flor. Você é a semente e é na semente que está a capacidade de amar. Quando você soltar a flor morta, dará, enfim, espaço para que outra surja, para que um novo amor nasça!

Porque por mais linda que tenha sido a sua história de amor, no momento em que um coração pára, não há mais o que fazer... o amor morre! E se você não o enterrar, se ficar preso, agarrado ao amor morto, terá condenado à morte também a sua capacidade de amar...

ROSANA BRAGA.

integracaoholistica.blogspot.com 

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