Há uma história da tradição judaica que revela o sentido da busca interior, do despertar do "Eu"...
“Por que estás tão irrequieto?”, perguntou o discípulo ao Rabino Sússia, ao vê-lo em seus momentos finais de vida.
“Tenho medo”, respondeu Sússia.
“Medo de quê, rabino?”.
“Medo do Tribunal Celeste”.
“Tu? Um homem tão piedoso, cuja vida foi exemplar? Se tu tens medo, imagine nós, cheios de defeitos e imperfeições.”
Rabino Sússia, então, diz: “Não temo ser inquerido por não ter sido como o profeta Moisés, não deixei um legado de seu porte. Eu posso me defender dizendo que eu não fui como Moisés porque eu não sou Moisés.
Nem temo que me cobrem profecias como as de Maimônides, por eu não ter
oferecido ao mundo a qualidade de sua obra e seu talento. Eu posso me
defender dizendo que eu não fui como Maimônides porque eu não sou
Maimônides.
O que me apavora neste momento é que me venham indagar:
‘Sússia, por que não foste Sússia’?”
(A história do rabino Sussia foi contada na peça A alma imoral)
(A história do rabino Sussia foi contada na peça A alma imoral)
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