BONS PAIS PREPARAM OS FILHOS PARA OS APLAUSOS, PAIS BRILHANTES PREPARAM OS FILHOS PARA OS FRACASSOS
Dr. Augusto Cury - Psiquiatra
Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: motivação,
ousadia, paciência, determinação, capacidade de superação, habilidade
para criar e aproveitar oportunidades.
Bons pais preparam seus
filhos para receber aplausos, pais brilhantes os preparam para enfrentar
suas derrotas. Bons pais educam a inteligência lógica dos filhos, pais
brilhantes educam a sensibilidade.
Estimule seus filhos a ter
metas, a procurar o sucesso no estudo, no trabalho, nas relações
sociais, mas não pare por aí. Leve-os a não ter medo dos seus
insucessos. Não há pódio sem derrotas.
Muitos não sobem no
pódio, não por não terem capacidade, mas porque não souberam superar os
fracassos do caminho. Muitos não conseguem brilhar no seu trabalho
porque desistiram nos primeiros obstáculos. Alguns não venceram porque
não tiveram paciência para suportar um não, porque não tiveram ousadia
para enfrentar algumas críticas, nem humildade para reconhecer suas
falhas.
A perseverança é tão importante quanto a habilidade
intelectual. A vida é uma longa estrada que tem curvas imprevisíveis e
derrapagens inevitáveis. A sociedade nos prepara para os dias de glória,
mas são os dias de frustração que dão sentido a essa glória.
Revelando maturidade, os pais brilhantes se colocam como modelos de vida
para uma vida vitoriosa. Para eles, ter sucesso não é ter uma vida
infalível. Vencer não é acertar sempre. Por isso, eles são capazes de
dizer aos filhos: “Eu errei”, “Desculpe-me”, “Eu preciso de você”. Eles
são fortes nas convicções, mas flexíveis para admitir suas fragilidades.
Pais brilhantes mostram que as mais belas flores surgem após o mais
rigoroso inverno.
A VIDA É UM CONTRATO DE RISCO
Pais que não têm coragem de reconhecer seus erros nunca ensinarão seus filhos a enfrentar seus próprios erros e a crescer com eles. Pais que admitem que estão sempre certos nunca ensinarão seus filhos a transcender seus fracassos. Pais que não pedem desculpas nunca ensinarão seus filhos a lidar com a arrogância. Pais que não revelam seus temores terão sempre dificuldade de ensinar seus filhos a ver nas perdas oportunidades para serem mais fortes e experientes. Temos agido assim com nossos filhos, ou desempenhamos apenas as obrigações triviais da educação?
Pais que não têm coragem de reconhecer seus erros nunca ensinarão seus filhos a enfrentar seus próprios erros e a crescer com eles. Pais que admitem que estão sempre certos nunca ensinarão seus filhos a transcender seus fracassos. Pais que não pedem desculpas nunca ensinarão seus filhos a lidar com a arrogância. Pais que não revelam seus temores terão sempre dificuldade de ensinar seus filhos a ver nas perdas oportunidades para serem mais fortes e experientes. Temos agido assim com nossos filhos, ou desempenhamos apenas as obrigações triviais da educação?
Viver é
um contrato de risco. Os jovens precisam viver este contrato apreciando
os desafios e não fugindo deles. Se eles se intimidarem diante das
derrotas e dificuldades, o fenômeno RAM registrará em sua memória
milhares de experiências que financiarão o complexo de inferioridade, a
baixa autoestima e o sentimento de incapacidade. Qual é a consequência?
Um jovem que tem baixa autoestima se sentirá diminuído, inferiorizado,
sem capacidade para correr risco e para transformar suas metas em
realidade. Poderá viver um envelhecimento emocional precoce. A juventude
deveria ser a melhor época do prazer, embora tenha suas inquietações.
Mas muitos são velhos no corpo de jovens. Ser idoso não quer dizer ser
velho. Aliás, muitos idosos, por serem felizes e motivados, são mais
jovens na sua emoção do que grande parte dos jovens da atualidade.
Qual é a característica de uma emoção envelhecida, sem tempero e
motivação? Incapacidade de contemplação do belo e uma capacidade intensa
de reclamar, pois nada satisfaz prolongadamente. Reclamar do corpo, da
roupa, dos amigos, da falta de dinheiro, da escola e até de ter nascido.
A capacidade de reclamar é o adubo da miséria emocional e a capacidade
de agradecer é o combustível da felicidade. Muitos jovens fazem muitas
coisas para ter uma migalha de prazer. Eles mendigam o pão da alegria,
mesmo morando em palácios. Os jovens que se tornam mestres em reclamar
têm grande desvantagem competitiva. Dificilmente conquistarão espaço
social e profissional. Alerte-os!
Como os jovens entendem o que é
a memória dos computadores, compare-a com a memória humana. Diga-lhes
que toda reclamação é acompanhada de um alto grau de tensão, que, por
sua vez, sofre um arquivamento privilegiado pelo fenômeno RAM na
memória, que lentamente destrói o júbilo da emoção. Os melhores anos da
vida são sufocados. Pouco a pouco, eles perdem o sorriso, a garra, a
motivação.
DESCOBRINDO A GRANDEZA DAS COISAS ANÔNIMAS
Leve seus filhos a encontrar os grandes motivos para serem felizes nas pequenas coisas. Uma pessoa emocionalmente superficial precisa de grandes eventos para ter prazer, uma pessoa profunda encontra prazer nas coisas ocultas, nos fenômenos aparentemente imperceptíveis: no movimento das nuvens, no bailar das borboletas, no abraço de um amigo, no beijo de quem ama, num olhar de cumplicidade, no sorriso solidário de um desconhecido.
Leve seus filhos a encontrar os grandes motivos para serem felizes nas pequenas coisas. Uma pessoa emocionalmente superficial precisa de grandes eventos para ter prazer, uma pessoa profunda encontra prazer nas coisas ocultas, nos fenômenos aparentemente imperceptíveis: no movimento das nuvens, no bailar das borboletas, no abraço de um amigo, no beijo de quem ama, num olhar de cumplicidade, no sorriso solidário de um desconhecido.
Felicidade não é obra do acaso, felicidade é um
treinamento. Treine as crianças para serem excelentes observadoras.
Saia pelos campos ou pelos jardins, faça-as acompanhar o desabrochar de
uma flor e descubra juntamente com elas o belo invisível. Sinta com seus
olhos as coisas lindas que estão ao seu redor.
Leve os jovens a
enxergar os singelos momentos, a força que surge nas perdas, a segurança
que brota no caos, a grandeza que emana dos pequenos gestos. As
montanhas são formadas por ocultos grãos de areia. As crianças serão
felizes se aprenderem a contemplar o belo nos momentos de glória e de
fracassos, nas flores das primaveras e nas folhas secas do inverno. Eis o
grande desafio da educação da emoção!
Para muitos, a felicidade é
loucura dos psicólogos, delírio dos filósofos, alucinação dos poetas.
Eles não entenderam que os segredos da felicidade se escondem nas coisas
simples e anônimas, tão distantes e tão próximas deles.
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