Oito atitudes típicas de pessoas que têm depressão, mas não demonstram
PorPsicologias do Brasil
Imagem de capa: LanaBrest/shutterstock
Medo ou desconhecimento?
Nesse
artigo conheça 8 sintomas de pessoas que levam a vida com o que
chamamos de “depressão mascarada”, doença que elas tentam esconder ou
mesmo que nem sabem que têm.
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Embora a
sociedade atual demonstre, de modo geral, um maior conhecimento sobre a
depressão, o que se vê, muitas vezes, é uma compreensão equivocada
desta doença e de seus sintomas.
Por tratar-se de uma doença
marcada por um estigma, nem sempre conseguimos identificar familiares ou
pessoas próximas que estejam lutando contra a depressão. Pior ainda:
devido às concepções equivocadas sobre os diferentes modos de
manifestação da doença, e o tipo de ajuda a ser buscado, muitos
indivíduos que sofrem de depressão não recebem o devido diagnóstico.
O
resultado disso é que muitos indivíduos convivem com uma depressão
mascarada – ou seja, invisível para as pessoas que os cercam, ou mesmo
para eles próprios. Além disso, nos casos em que não recebeu o
diagnóstico adequado, o indivíduo tenderá a lidar com seus problemas de
modo a esconder a depressão, e terá dificuldades para reconhecer os
verdadeiros sintomas da doença.
É preciso deixar de lado a
concepção de que o sofrimento é sempre visível. Deste modo, será
possível compreender melhor e oferecer ajuda aos que lutam contra as
doenças não manifestas. Listamos, a seguir, alguns sinais de uma pessoa
que talvez sofra de uma depressão mascarada.
1. Ela talvez “não pareça deprimida”
Influenciados
por estereótipos culturais e veiculados pela mídia, muitos têm uma
imagem equivocada do comportamento e da aparência do indivíduo com
depressão. Na visão do senso comum, esta pessoa raramente sai de seu
quarto, veste-se com desleixo, e parece estar sempre triste. Porém, nem
todos que sofrem de depressão têm o mesmo comportamento.
Claro que
os indivíduos são diferentes, assim como variam os sintomas e a
capacidade de cada um de lidar com a doença. Muitos conseguem exibir um
“verniz” de boa saúde mental – como mecanismo de autoproteção –, mas o
fato de serem capazes de fazê-lo não significa que eles sofram menos. Do
mesmo modo, as pessoas incapazes de mostrar tal “verniz” não são mais
“fracas” que as demais.
2. Ela pode parecer exausta, ou queixar-se de um cansaço constante
Um
efeito colateral da depressão é um cansaço permanente. Embora este
sintoma não se manifeste em todos que sofrem de depressão, ele é muito
comum. Em geral, é um dos piores efeitos colaterais desta doença.
Além
disso, se o indivíduo não recebeu o diagnóstico de depressão, a causa
deste cansaço pode ser uma incógnita. Mesmo que ele durma um número
suficiente de horas à noite, talvez acorde na manhã seguinte como se
tivesse dormido pouco. Pior que isso: talvez ele culpe a si mesmo,
atribuindo isso à preguiça ou então que algum defeito de sua
personalidade esteja causando esta sensação de fraqueza e falta de
energia.
Este sintoma também acaba se tornando uma dificuldade
para quem recebeu o diagnóstico de depressão, mas tenta ocultá-la dos
amigos e colegas. Isso porque esta sensação de cansaço afeta o seu ritmo
de trabalho e também os seus relacionamentos pessoais.
3. Ela poderá ficar mais irritadiça
O
comportamento de uma pessoa com depressão pode ser interpretado
equivocadamente, como melancolia. É muito comum que a pessoa deprimida
fique mais irritadiça, e que isso não seja interpretado como um sintoma
da doença. Isso é compreensível, já que a depressão não é problema de
saúde “visível”, e tampouco pode ser medido com precisão – o que
dificulta o combate à doença.
Além disso, o esforço constante
exigido do indivíduo para lidar, ao mesmo tempo, com as inúmeras
demandas de sua vida cotidiana, e com a depressão, suga suas energias,
deixando-o impaciente e incapaz de ter a compreensão exata sobre as
coisas.
Se o seu amigo ou conhecido recebe o diagnóstico de
depressão, e compartilha esta informação com você, uma dificuldade
poderá surgir, caso o comportamento desta pessoa não corresponda à
imagem (equivocada) que se tem de uma pessoa com depressão: um indivíduo
tímido e calado. A tendência a ter “pavio curto” e a irritar-se com
facilidade é, na verdade, um efeito colateral da depressão.
4. Para ela, pode ser difícil corresponder ao afeto e preocupação das pessoas ao redor
A ideia equivocada mais comum em relação à depressão, sugerida nos parágrafos acima, é que ela causa um sentimento de tristeza.
Pelo
contrário: muitas vezes, o indivíduo com depressão não sente nada; ou
então vive as emoções de modo limitado ou passageiro. Depende de cada
caso, mas muitos relatam um sentimento parecido com o “torpor”, e o mais
próximo que chegam de uma emoção é uma espécie de tristeza, ou
irritação.
Deste modo, o indivíduo terá dificuldade para
corresponder de modo adequado a gestos ou palavras afetuosas. Ou então
nem se dará ao trabalho de manifestar qualquer reação.
Talvez
demonstre uma irritação nada racional: é possível que o cérebro dele
tenha dificuldades para processar e corresponder ao seu afeto e carinho.
5. Talvez recuse a participar de atividades de que gostava muito
Uma
atípica falta de interesse em participar de atividades – e durante um
longo período – pode ser um sinal de depressão. Conforme mencionado
acima, esta doença drena a energia do indivíduo tanto no plano físico
quanto no mental – o que afeta sua capacidade de sentir prazer com as
atividades cotidianas.
Um indivíduo com depressão talvez não se
sinta mais atraído por atividades que adorava no passado, pois esta
doença acaba dificultando o desfrute de tais atividades, que não
satisfazem mais o indivíduo. Se não há nenhum outro sinal visível que
possa explicar o interesse cada vez menor do indivíduo por estas
atividades, este talvez seja um sintoma de depressão clínica.
6. Talvez passe a ter hábitos alimentares incomuns
O
indivíduo deprimido desenvolve hábitos alimentares incomuns por duas
razões: como um modo de lidar com a doença, ou como um efeito colateral
da ausência do cuidado consigo mesmo. Comer pouco ou em demasia é um
sinal comum de depressão. A ingestão excessiva de alimentos é vista como
vergonhosa, e neste caso a comida talvez seja a principal fonte de
prazer da pessoa com depressão, o que a faz comer além do necessário.
Quando
o indivíduo depressivo come pouco, em geral é porque a doença está
afetando seu apetite, transformando o ato de comer em algo desagradável.
Isso também pode ser uma necessidade subconsciente de controlar algo,
já que ele não é capaz de controlar sua depressão. Se a pessoa não
recebeu o devido diagnóstico, ou se omitiu diante das pessoas o fato de
estar deprimida, elas poderão considerar que os hábitos alimentares
“errados” se devem a um defeito de personalidade, e tal “julgamento”
fará com que o indivíduo deprimido se sinta ainda pior.
7. Os outros talvez passem a exigir mais de você
Naturalmente,
as funções vitais de um indivíduo com depressão não podem ser as mesmas
de alguém com boa saúde mental. Haverá coisas que ele não será mais
capaz de fazer com a mesma frequência, ou abandonará de vez. Perturbá-lo
ou fazer com que ele se envergonhe por causa disso só tende a causar
mágoas, em vez de ajudar. Se a depressão é um assunto que ele tem tido
dificuldade de abordar, será igualmente difícil para ele lidar com
alguém que fique irritado diante de sua incapacidade de agir do mesmo
modo que uma pessoa mentalmente sadia.
Por isso, convém sempre ser
compreensivo com as pessoas, seja de seu círculo profissional ou do
pessoal. Não há como saber se um indivíduo está simplesmente
“desacelerando”, ou se está enfrentando um verdadeiro problema de saúde.
8. Ela poderá ter dias ruins, e dias “melhores”
Trata-se
de uma doença com altos e baixos. Se o indivíduo sofre de uma depressão
mascarada, ou não diagnosticada, pode parecer que suas flutuações de
humor são aleatórias, dependendo da regularidade de sua depressão. Para
você (e mesmo para ele, no caso de ele não ter recebido um diagnóstico),
talvez não haja uma motivação para as alterações de humor, mas esta é
simplesmente a maneira como a depressão se manifesta em algumas pessoas.
Se
você sabe que o indivíduo sofre de depressão, poderá ter a falsa
impressão de que ele, tendo passado por uma sequência de dias “bons”,
está definitivamente curado. O fato de ele ter passado um dia melhor do
que na véspera pode ser excelente, mas convém que você sempre lhe peça
para que ele deixe claro o que consegue ou não fazer, e em que momentos.
Concluir
que o indivíduo que sofria de depressão está plenamente recuperado, ou
forçá-lo a retomar rapidamente a rotina normal poderá sobrecarregá-lo, e
fazer com que ele se “retraia” novamente. Ofereça apoio ao amigo ou
parente com depressão, mas deixe que ele tome as decisões necessárias.
Por Jane Scearce
Do original: 8 Things People With Hidden Depression Do
Traduzido para CONTI outra pelo tradutor e revisor LUIS GONZAGA FRAGOSO
fonte: psicologiasdobrasil.com.br
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