Ana Carolina Carvalho
Imagine a situação: você está em um daqueles dias em que experimentou
todo o armário e nada caiu bem. Os cabelos, então, decidiram tirar
férias do bom caimento. Mesmo se sentindo péssima, tem que sair para
trabalhar. Chegando no escritório, aquela colega que mal te conhece
fala: “Nossa, como você está bonita hoje!”. O dia que começou tão seu
inimigo não fica melhor, mais promissor? A segurança toma conta e te faz
até resolver com mais desenvoltura os problemas que aparecem. Percebeu a
força de umas poucas palavrinhas? Apesar desse poder de transformação
do elogio, ele tem perdido espaço nos dias atuais. Poucas pessoas
elogiam as outras, e esse ato mágico anda desaparecido.
Afinal, o que é o elogio? Por que ele é tão importante? Segundo Margarida Azevedo Dupas, autora do livro Psicanálise e Educação: Construção do Vínculo e Desenvolvimento do Pensar, elogiar o outro envolve uma série de sentimentos. “O elogio implica julgamento a favor de alguém. Mas só tem sentido se acompanhado, por parte de quem o expressa, de consideração, interesse, respeito, valorização, aceitação, acolhimento, admiração, afeição,
amor, apreciação, calor, carinho, enaltecimento, estima, ternura e sintonia”, lembra a psicanalista. Ou seja, se não for verdadeiro não tem valor.
Sentido à vida
Ponto para o elogio: ele desperta nos corações sentimentos puros e prazerosos. Mas não é só; também está envolvido com outra esfera de nossas vidas: a busca pelo reconhecimento. “Isso é fundamental para qualquer ser humano. E o elogio é uma forma de reconhecimento. Considerar algo que o outro faz mostra-lhe que sua existência não é em vão”, explica Antonio Carlos Amador Pereira, professor de psicologia da PUC-SP. “Entretanto, para ser positivo e benéfico, depende de autenticidade.”
O elogio resgata o afeto e é como se acendesse uma luzinha dentro do cérebro de quem o recebe, com esta frase cintilando: “eu sou importante”. “O oposto é a indiferença, que não faz bem para ninguém”, lembra o especialista. “Saber que o outro presta atenção aos seus atos, que tem carinho e preocupação com você, o faz investir na vida com afinco e responsabilidade e promove segurança interna.” Novamente, valem regrinhas nas quais a sinceridade está em jogo: o elogio só é saudável emocionalmente se for feito com equilíbrio.
Quando esbarra na bajulação, não é nada louvável. Por trás desse ato, estão
objetivos como levar vantagem e interesse em chegar a algum lugar, entre outros. E o principal: onde fica o respeito com a outra pessoa?
Autoestima que faz a diferença
Elogiar e receber elogios também tem a ver com autoestima. “Ela está relacionada à maneira como gostamos de nós mesmos. E o autorrespeito envolve saber que temos nossos próprios talentos e qualidades”, explica Luciana Marques de Souza Ferraz, socióloga e coordenadora da Organização Brahma Kumaris no Brasil. “Quando sabemos do nosso valor, conseguimos prestar atenção às qualidades dos outros e validá-las.”
Por isso, Antonio Carlos reforça a importância do equilíbrio. “Se você é capaz de se elogiar, também consegue mais facilmente elogiar e receber elogios. E isso é gratificante. Pessoas muito críticas consigo mesmas nem sempre sabem ouvir ou fazer elogios”, analisa o estudioso. Aqui, a palavra-chave é autoconhecimento: quais são suas qualidades?; no que você é bom e no que ainda precisa melhorar?; quando foi a última vez que se elogiou?
Para Luciana Ferraz, a meditação é uma ferramenta poderosa que ajuda nessa tarefa: “A meditação apazigua os pensamentos. Quando estamos quietos para o mundo externo, conseguimos olhar para o nosso interior com dedicação. Com a prática, vamos descobrindo quem somos, nossos defeitos e qualidades, e lapidamos a autoestima e o autorrespeito”. É como andar de bicicleta: com o tempo, aprendemos a equilibrar os valores e sentimentos – assim como fazemos sobre as duas rodas da magrela –, tanto os nossos quanto os dos outros. Aí fica fácil elogiar aquele colega do trabalho que fez uma boa apresentação, o filho pela dedicação nos estudos, o companheiro pelo jantar gostoso. E a vida acaba ganhando mais sabor.
Para ouvir enquanto lê: “Você é linda”, Caetano Veloso / “Eu me
amo”, Ultraje a Rigor / “Just the Way You Are”, Barry White
Afinal, o que é o elogio? Por que ele é tão importante? Segundo Margarida Azevedo Dupas, autora do livro Psicanálise e Educação: Construção do Vínculo e Desenvolvimento do Pensar, elogiar o outro envolve uma série de sentimentos. “O elogio implica julgamento a favor de alguém. Mas só tem sentido se acompanhado, por parte de quem o expressa, de consideração, interesse, respeito, valorização, aceitação, acolhimento, admiração, afeição,
amor, apreciação, calor, carinho, enaltecimento, estima, ternura e sintonia”, lembra a psicanalista. Ou seja, se não for verdadeiro não tem valor.
Sentido à vida
Ponto para o elogio: ele desperta nos corações sentimentos puros e prazerosos. Mas não é só; também está envolvido com outra esfera de nossas vidas: a busca pelo reconhecimento. “Isso é fundamental para qualquer ser humano. E o elogio é uma forma de reconhecimento. Considerar algo que o outro faz mostra-lhe que sua existência não é em vão”, explica Antonio Carlos Amador Pereira, professor de psicologia da PUC-SP. “Entretanto, para ser positivo e benéfico, depende de autenticidade.”
O elogio resgata o afeto e é como se acendesse uma luzinha dentro do cérebro de quem o recebe, com esta frase cintilando: “eu sou importante”. “O oposto é a indiferença, que não faz bem para ninguém”, lembra o especialista. “Saber que o outro presta atenção aos seus atos, que tem carinho e preocupação com você, o faz investir na vida com afinco e responsabilidade e promove segurança interna.” Novamente, valem regrinhas nas quais a sinceridade está em jogo: o elogio só é saudável emocionalmente se for feito com equilíbrio.
Quando esbarra na bajulação, não é nada louvável. Por trás desse ato, estão
objetivos como levar vantagem e interesse em chegar a algum lugar, entre outros. E o principal: onde fica o respeito com a outra pessoa?
Autoestima que faz a diferença
Elogiar e receber elogios também tem a ver com autoestima. “Ela está relacionada à maneira como gostamos de nós mesmos. E o autorrespeito envolve saber que temos nossos próprios talentos e qualidades”, explica Luciana Marques de Souza Ferraz, socióloga e coordenadora da Organização Brahma Kumaris no Brasil. “Quando sabemos do nosso valor, conseguimos prestar atenção às qualidades dos outros e validá-las.”
Por isso, Antonio Carlos reforça a importância do equilíbrio. “Se você é capaz de se elogiar, também consegue mais facilmente elogiar e receber elogios. E isso é gratificante. Pessoas muito críticas consigo mesmas nem sempre sabem ouvir ou fazer elogios”, analisa o estudioso. Aqui, a palavra-chave é autoconhecimento: quais são suas qualidades?; no que você é bom e no que ainda precisa melhorar?; quando foi a última vez que se elogiou?
Para Luciana Ferraz, a meditação é uma ferramenta poderosa que ajuda nessa tarefa: “A meditação apazigua os pensamentos. Quando estamos quietos para o mundo externo, conseguimos olhar para o nosso interior com dedicação. Com a prática, vamos descobrindo quem somos, nossos defeitos e qualidades, e lapidamos a autoestima e o autorrespeito”. É como andar de bicicleta: com o tempo, aprendemos a equilibrar os valores e sentimentos – assim como fazemos sobre as duas rodas da magrela –, tanto os nossos quanto os dos outros. Aí fica fácil elogiar aquele colega do trabalho que fez uma boa apresentação, o filho pela dedicação nos estudos, o companheiro pelo jantar gostoso. E a vida acaba ganhando mais sabor.
Para ouvir enquanto lê: “Você é linda”, Caetano Veloso / “Eu me
amo”, Ultraje a Rigor / “Just the Way You Are”, Barry White
revistaanamariabraga.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário